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sábado, 24 de dezembro de 2011

O MUNDO TORNOU-SE UM PRESÉPIO

A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, mudou o curso da história, o destino do homem e do mundo. O tempo foi fecundado pelo eterno e os atos humanos ganharam uma significação decisiva: nos fatos se constrói a salvação ou a perdição da vida. Crer num Deus que assumiu a condição humana é crer que toda pessoa tem uma dignidade e um valor fundamental, pelo simples fato de viver, porque a vida é sagrada.

Depois de Cristo, tudo tem a ver com Deus: as criaturas, a natureza, as diferentes culturas, as raças, e todas as coisas mais comuns que constituem a vida humana. “Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada se fez de tudo o que foi feito” (Jo 1,3). Hoje, a encarnação tem um caminho de volta: por meio de cada pessoa e do mundo em que vivemos, podemos descobrir a presença do Deus que assumiu nossas feições e tornou-se um de nós. “Entre nós armou sua tenda e nós vimos sua glória” (Jo 1,14).


Quando São Francisco de Assis, em sua intuição original recriou no presépio de Greccio, a expressão poética do natal, desejava experimentar e reviver na própria carne, o mistério e o encantamento, o amor e a dor, a contradição da glória divina revelada na pobreza do Filho de Deus. Desde então, compor um presépio com figuras e materiais comuns e ordinários, tornou-se um ato de fé, vislumbrando a presença do Deus encarnado em tudo aquilo que constitui a vida. Para contemplar o presépio e nele descobrir a revelação divina no cotidiano humano, há uma condição: é preciso mudar o coração e o olhar, porque o mundo tornou-se presépio.


É este o sentido de compor e imaginar a cena do nascimento de Jesus Cristo nas mais diferentes situações e culturas. É Ele o índio, é Ele o negro, é Ele o pobre, o homem comum na cidade, na favela, no campo… Porque todo ser humano tornou-se sacramento do Filho, e todo lugar e cultura tornaram-se sacramento da manjedoura de Belém. Universal não é o presépio, é sim o mistério da vida que só tem uma morada: o coração humano.


Natal e presépio revelam uma contradição: ao assumir na carne as limitações da vida humana, Deus eliminou toda distância e superou toda separação. Porque é livre, cada pessoa pode não viver nesta mesma dinâmica divina do amor e, de algum modo, vai experimentar o paradoxo de uma vida fechada em si mesma. Natal é linguagem divina. Presépio é pedagogia humana para que, na abertura ao mundo, se possa descobrir o que é essencial. Então seremos capazes de sentir, mesmo na precariedade da vida que, “Deus armou sua tenda entre nós, e vimos sua glória, e da sua plenitude TODOS nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,14.16).

Frei Regis Daher, ofm
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/n/?p=9820

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

EXPECTATIVAS

Todos os dias, através dos meios de comunicação, ficamos sabendo que são muitas as expectativas do comércio e da indústria em relação ao aumento das vendas de Natal e final de ano. O comércio faz novas contratações de funcionários, na maioria temporária, e as indústrias aumentam o ritmo da produção para atender ao crescimento dos pedidos de mercadorias. Não podemos negar a importância desta realidade que faz crescer a economia de nosso país e também melhorar a situação da classe trabalhadora, apesar da realidade de desigualdade gritante em que vivemos!
Neste panorama agitado de final de ano, grandes questões vão sendo decididas ou empurradas para depois e que escapam à reflexão e ao envolvimento da maioria do povo brasileiro como, por exemplo, a votação do projeto de reforma do Código Florestal brasileiro, a demarcação e homologação das terras ancestrais dos indígenas, como asseguram nossa Carta Magna, o combate à corrupção, as grandes obras para a Copa e suas contradições, e tantos outros assuntos e desafios que não podem passar despercebidos, pois deles dependem nossa condição de povo livre e corresponsável pelo bem não só de nosso país, mas de nossa casa comum, o planeta Terra.

Para nós cristãos e parti cularmente para nós católicos, cujo calendário já assinala que estamos num novo ano litúrgico e a caminho da celebração do Natal do Senhor, é grande o clima de expectativa, na perspectiva de nossa fé na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Quais são as nossas expectativas para o Natal que se aproxima e mesmo para o início de mais um ano civil? Estamos no mundo e não podemos fugir da realidade! Mas uma coisa é certa: a ótica com a qual percebemos a realidade e como nela devemos agir é a nossa fé em Jesus Cristo, que se fez igual a nós em tudo, menos no pecado. Nossas expectativas remontam às do povo da Primeira Aliança, ao Israel primitivo, que acreditava na intervenção de Deus em sua história, marcada pelo pecado e a injustiça, e a vinda de um novo tempo de paz, justiça e harmonia entre os povos, com a chegada do Messias, trazendo o Reino de Deus. Para nós a primeira vinda de Cristo, pelo mistério da encarnação já nos trouxe a realização destas promessas feitas a nossos pais da fé, embora ainda não acontecidas plenamente por causa da dureza de nossos corações e falta de empenho em viver a mensagem do Evangelho na realidade concreta de nossas vidas.
Nós cristãos vivemos um advento permanente, na expectativa fundamental de nossa fé. Vivemos no já e ainda não do acontecimento do Reino de Deus em nossa história humana. Esta realidade da fé cristã, longe de nos alienar das realidades da terra, nos compromete com a preparação da segunda vinda de Cristo, trabalhando intensamente para construir na história humana, um novo relacionamento entre nós e com toda a criação, pois somos todos filhos de Deus e tudo o que existe procede de Seu poder amoroso.

Por isso, em nossa oração, marcada pela verdadeira expectativa da vinda do Senhor, pedimos para que nenhuma atividade humana nos impeça de correr ao encontro do Cristo que vem, e ao mesmo tempo pedimos para que o Pai nos ensine a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos.

Nossa expectativa cristã é orientada por esta perspectiva de fé, única para nós, capaz de dar sentido à vida humana e de estabelecer verdadeiras expectativas para toda humanidade.

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

WEB RÁDIO SANTO ANTÔNIO


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domingo, 27 de novembro de 2011

ADVENTO: ESPERA ATIVA DAQUELE QUE VEM

Iniciamos hoje o novo ano litúrgico com o tempo do Advento, dentro do ciclo do Natal do Senhor. Advento significa vinda. É o Senhor que vem ao nosso encontro trazer-nos a vida em abundância de Seu Reino de amor. Como bem indica o prefácio deste tempo, Jesus, o Filho de Deus “revestido de nossa fragilidade, veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação, e revestido da sua glória, virá uma segunda vez, para conceder-nos em plenitude os bens outrora prometidos e que hoje vigilantes esperamos” (cf. Prefácio do Advento I). A primeira vinda de Jesus deu-se no mistério da encarnação, quando Ele assumiu nossa condição humana, no seio de Maria Santíssima, pela força do Espírito Santo, cumprindo assim a vontade amorosa do Pai.

Há mais de dois mil anos, Ele passou entre nós anunciando a chegada do Reino do Pai e nos convocando à conversão, isto é, a orientarmos nossa vida pelo mandamento do amor. Como sabemos, Ele veio para nosso meio, mas nós não o acolhemos! Ele nos trouxe a luz e nós preferimos as trevas! O certo é que depois de sua morte e ressurreição, Ele retornou ao Pai e nos prometeu voltar de novo para conceder-nos em plenitude os bens outrora prometidos.

Desta forma a Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis ao Senhor, vive até a segunda vida de Jesus, uma atitude de espera, pois estamos certos que Ele voltará, mesmo que sem saber o dia nem a hora. Estamos, então, num período permanente de advento, isto é, de espera permanente e vigilante de Sua vinda!

Mas é impossível separar a vinda definitiva do Senhor, no final dos tempos – a parusia – de Sua primeira vinda – o Natal. Então, preparando-nos para celebrar o Natal, o mistério de Sua encarnação, durante quatro semanas, vamos ouvir atentamente a Palavra de Deus, particularmente o profeta Isaías, bem como o anúncio veemente do precursor, João Batista, “voz que clama do deserto” e contemplar a Virgem Maria, gestando em seu seio puríssimo o Filho do Altíssimo e esperando ansiosamente a chegado do Messias esperado pelo povo de Israel, o povo da Primeira Aliança. Este é o panorama das quatro semanas do Advento.

Celebrar a primeira vinda do Senhor, o Natal, não é só fazer a memória do maior acontecimento da história humana – Deus veio morar conosco – mas é assumir o compromisso de fazê-lo nascer de novo em tantos lugares neste nosso planeta onde Ele ainda não nasceu ou onde continua não encontrando lugar para nascer, como aconteceu há mais de dois mil anos em Belém de Judá. Esse compromisso com Seu Natal nos faz trabalhar ativa e permanentemente para sensibilizar toda humanidade em relação a uma nova realidade: Jesus, o Filho de Deus, veio nos revelar que somos filhos de Deus e devemos nos amar e construir uma nova humanidade, sem divisões, sem desigualdades, sem violência, sem exploração nem das pessoas nem dos recursos da natureza, pela ambição do dinheiro. Viver o Advento e preparar o Natal de Jesus é tomar consciência do que se passa ao nosso redor, principalmente da fome que continua matando milhões de pessoas pelo mundo afora e que um novo mundo é possível se acolhemos em nosso coração e em nossa vida o Filho de Deus, o Emanuel – Deus conosco.

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

sábado, 19 de novembro de 2011

CRISTO REI E JUIZ

Quando foi instituída, a festa de Cristo Rei tinha um nítido caráter militante: celebrava o Reino de Cristo na terra(cf. a espiritualidade da Ação Católica). A renovação litúrgica fez desta festa o encerramento do ano litúrgico, acentuando mais o caráter transcendente e escatológico do reinado de Cristo, ao mesmo tempo rei messiânico (Pastor) e Filho do Homem (Juiz), trazendo a paz e o juízo.

O cerne desta liturgia é a parábola do Último Juízo (Mt 25,31-46), em que Cristo aparece como juiz escatológico, Filho do Homem, pastor messiânico e rei do universo (evangelho). Tal amontoado de imagens numa só parábola não é comum, porém explica-se a partir do fundo veterotestamentário: a imagem do pastor em Ez 34(1ª leitura). Aí aparece Deus como Pastor escatológico (já que os pastores temporários, os reis de Israel, não prestam), para tomar conta do rebanho, cuidar das ovelhas enfermas e pronunciar o juízo entre ovelhas e bodes. O texto completo de Ez 34 (não lido na liturgia) traz ainda outros elementos que permitem compreender melhor a parábola do Último Juízo. Deus fará justiça entre ovelhas gordas e ovelhas magras (protetor dos fracos). Enfim, segundo Ez 34,23s, não é Deus pessoalmente, mas o Rei davídico messiânico que executará essas tarefas.

A parábola de Jesus explica o critério do juízo final: as obras de solidariedade, feitas ou deixadas de fazer aos pobres, são que decidem da participação ou não-participação do Reino. Este critério não é expressamente “religioso”, relacionado com Deus como tal: os justos não sabem que os pobres representavam o Rei, eles não praticaram a misericórdia para impressionar o Rei, mas por pura bondade e compaixão para com o necessitado. Essa despretensiosa bondade, inconsciente de si mesma, e o critério para separar “ovelhas e bodes”, pessoas de entranhado amor e pessoas de mera força.

Ora, olhando para a 1ª leitura, notamos que essa compaixão gratuita, que é o critério do Reino, e, no fundo uma imitação daquilo que Deus mesmo faz.Assumindo a causa dos fracos - dos famintos, desnudos, presos etc. – mostramo-nos filhos de Deus, “benditos do Pai” (Mt 25,34). A tradição judaica atribui a Deus mesmo as obras que são aqui elencadas. De modo que podemos dizer: o Último Juízo será a confirmação definitiva da nossa participação na obra divina, desde já. Pois ser bom gratuitamente é o próprio ser de Deus: amor, misericórdia.

A bondade gratuita e pura revela-se quando a gente se dedica aos que não podem retribuir. É na doação ao “último dos homens”, o pobre, o marginalizado, o abandonado, que a gente dá prova de uma misericórdia de tipo divino. Viver deve ser: assumir a causa dos que mais precisam. Deus mesmo faz assim. Este é o critério da eterna participação no senhorio de Deus e Jesus Cristo, seu filho predileto. Se somos “imitadores” de Deus já agora, podemos “agüentar” uma eternidade com ele (cf. oração final).

A 2ª leitura descreve a total vitória de Cristo sobre todos os inimigos, inclusive a morte. Restaura assim a criação toda, pois, assim como com o primeiro Adão entrou a morte na vida, no novo Adão é vitoriosa a ressurreição. Mas esta vitória não pertence a Jesus como propriedade particular. Tendo submetido tudo a si, ele o submeterá ao Pai, para que Deus seja tudo em todas as coisas, e seja abolido o que é incompatível com Deus. Cristo aparece, assim, não apenas como rei messiânico, mas cósmico e universal. Porém, não um rei triunfalista, pois seu Reino é baseado no dom de si mesmo. É o Reino do “Cordeiro” morto e ressuscitado (canto da entrada), não dos lobos. É a antecipação da vitória final dos que se doam ao mínimo dos seus irmãos.

Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/liturgia/liturgiadominical/2011/novembro/201111b.php

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

AS DUAS PAIXÕES DE ISABEL DE HUNGRIA

Mensagem do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Fr. José Rodríguez Carballo, OFM, no dia 17 de novembro de 2006, quando foi aberto do ano jubilar do 8º Centenário de Nascimento de Santa Isabel, que se encerrou no dia 17 de novembro de 2007.

Queridos irmãos: O Senhor lhes dê a paz!

Inicia-se hoje, oficialmente, o 8º Centenário de Nascimento de Santa Isabel, princesa da Hungria, grã-Condessa de Turíngia e penitente franciscana. Este jubileu, que diz muito especialmente aos irmãos e irmãs da Terceira Orden Regular (TOR) e da Orden Franciscana Secular (OFS), que se honram de tê-la como patrona, há de ser também celebrado convenientemente por nós todos que somos parte da grande Família Franciscana, pois ela é, com toda justiça, uma de suas glórias.

E diante desta celebração jubilar, em profunda comunhão com toda a a Família Franciscana, particularmente com os irmãos e irmãs da TOR e da OFS, é lógico que nos perguntemos: Que mensagem nos dirige, Irmãos Menores, a figura de Santa Isabel? Que pode dizer aos franciscanos de hoje, uma mulher envolta na penumbra de um passado remoto e em um mundo cheio de legendas? Que pode nos dizer esta mulher passados tantos anos e tantas coisas?

Sua mensagem, e que a converte em uma figura realmente atual, ganha força em suas duas grandes paixões: a paixão por Cristo e a paixão pelos pobres. Uma dupla paixão que a coloca em perfeita sintonia espiritual e carismática com Francisco, a quem sem dúvida se inspirou, e com Clara, ambos corações conquistados por Cristo e conquistados pelos pobres, nos quais descubriram a Cristo. Toda sua vida, inclusive sua vida de extrema penitência, só pode ser entendida à luz destas duas paixões.

No caso de Isabel, sua paixão por Cristo levou-a assumir o Evangelho como sua forma de vida, e a vivê-lo no mais genuíno estilo de Francisco: simplesmente, sem rodeios, em todos seus aspectos espiritual e material. Propósito este que se manifesta em suas atitudes existenciais mais profundas, tais como: o reconhecimento do senhorio absoluto de Deus; a exigência de despojar-se de tudo e fazer-se pequena como uma criança para entrar no reino do Pai; o cumprimento, até suas últimas consequências, do mandamento novo do amor.

Ela não deixou nada escrito, mas numerosas passagens de sua vida só podem ser entendidas a partir de uma compreensão literal do Evangelho. Tornou realidade o programa de vida proposto por Jesus no Evangelho:

>> Quem procura ganhar a sua vida , vai perdê -la; e quem a perde , vai conservá -la; Pois , quem quiser salvar a sua vida , vai perdê -la; mas , quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia , vai salvá -la (Lc 17, 33; Mc 8, 35).
>> Então Jesus chamou a multidão e os discípulos . E disse : «Se alguém quer me seguir , renuncie a si mesmo , tome a sua cruz e me siga . Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la (Mc 8, 34-35).

>> Jesus respondeu : «Se você quer ser perfeito , vá , venda tudo o que tem , dê o dinheiro aos pobres , e você terá um tesouro no céu . Depois venha , e siga -me (Mt 19,21).

>> Quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. (Mt 10,37).

Sua paixão por Cristo se manifestava e se alimentava graças à uma comunhão profunda com Ele através de uma vida de oração intensa, contínua, às vezes, até o arrebatamento. A consciência constante da presença do Senhor era a fonte de sua fortaleza, de sua alegria, e de seu compromisso com os pobres. Mas também o encontro com o Cristo nos pobres estimulava sua fé e sua prece, pois seu encontro com eles a fazia “identificar-se” com eles. Nada estranho, pois na sua peregrinação para Deus, estava marcada por passos decididos de desprendimento até chegar ao depojamento total como Cristo na cruz. Ao final não lhe restou nada mais que uma túnica cinza e pobre de penitência, que quis conservar como símbolo e mortalha.

Sua paixão por Cristo, que sendo rico se fez pobre, levou Isabel a segui-lo radicalmente e a descobri-lo e servi-lo em seus “representantes, os pobres e crucificados da terra”, como disse o documento final de nosso Capítulo Extraordinário (Shc 9). Isabel servia pessoalmente aos abatidos, aos pobres e enfermos. Cuidou dos leprosos, a escória da sociedade, como Francisco. Dia a dia, hora a hora, pobre a pobre, viveu e consumiu a misericordia de Deus no rio de dor e de miséria que a envolvia. Nos desventurados, Isabel via a pessoa de Cristo (Mt 25,40). Isto lhe deu forças para vencer sua repugnancia natural, tanto que chegou até a beijar as feridas purulentas dos leprosos.

Forjada na forma evangélica de Francisco de Assis, como Poverello, e Clara, sua “Plantinha”, Isabel abandonou os romances e ambições do mundo, a pompa de sua corte, as comodidades, as riquezas, os trajes de luxo… Deixou seu castelo e armou sua tenda entre os desprezados e feridos para servi-los.

A santidade consiste em amar como Jesus amou. Amar a Deus e amar o próximo, dois mandamentos que não se podem separar. Paixão por Cristo, paixão pelos pobres, duas paixões que necessariamente vão sempre juntas. Tudo isso não será uma loucura? Sim, esta a loucura de amor que não conhece limites, é a loucura da santidade. E a de Isabel é uma autêntica loucura. Em sua vida brilha com singular esplendor a supremacia da caridade. Sua pessoa é um canto de amor, modelado no serviço e abnegação, para semear o bem. É esse amor que fez brotar nela uma ardente força interior, própria de uma “mulher varonil”, como é Isabel, e levava-a irradiar alegria e serenidade, mesmo na tribulação, solidão e dor. E fiel ao que escreveu: “Temos de fazer os homens felizes”, conforme dizia às suas irmãs, Isabel alegrava o coração de quem a ela se acercava. O fundo de sua alma estava habitado pelo reino da paz.

Isabel passou por esta vida como um meteoro luminoso de esperança. Lançou luzes na escuridão de muitas almas. Levou a alegria aos corações dos aflitos. Nada poderá contar as lágrimas que secou, as feridas que cicatrizou, o amor que despertou.

Neste momento em que nossa Ordem está empenhada na renovação profunda para seguir “mais de perto” e “mais radicalmente” a Cristo, e quando o Capítulo Geral Extraordinário nos convidou repetidas vezes a “ser menores com os menores da terra”, Isabel se nos apresenta não só como uma mulher profundamente evangélica, senão também como um modelo a seguir em sua paixão por Cristo e pelos pobres.

Invoquemos a personalidade tão singular de Isabel, para que, através do conhecimento e da admiração por esta figura, todos quantos que seguimos a Cristo, seguindo os passos de Francisco, de Clara e de Isabel, nos convertamos em instrumentos de paz e alegria, e aprendamos a derramar um pouco de bálsamo nas feridas de nosso entorno, a humanizar o que nos rodeia, a secar algunas lágrimas. Coloquemos nosso coração onde não há misericordia do Pai. O compromisso que viveu Isabel estimule nosso compromisso. Seu exemplo e intercessão iluminam nosso caminho até o Pai, fonte de todo o amor: o Bem, todo o bem, sumo bem; o silêncio e o júbilo.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/especiais/2010/stisabel/02.php

domingo, 6 de novembro de 2011

SOMOS SANTOS JÁ, NA MEDIDA EM QUE PERTENCEMOS A DEUS NO PRESENTE

A festa de todos os santos abrange os três momentos do tempo, além da dimensão universal do espaço. De fato, celebramos os justos do passado, celebramos a vocação à santidade futura (o "céu"), e celebramos a santidade como dom (graça) presente.

Como esta dimensão presente é a em que menos se pensa quando se fala de santidade, achamos que ela merece uma atenção especial: é a mensagem das Bem-Aventuranças, no evangelho de hoje (Mt 5,1-12, cf. 4° dom. T.C./A). As Bem-Aventuranças devem ser entendidas como uma proclamação da chegada do Reino de Deus para as pessoas que vão ficar felizes com isso (Lc 6,24-26 acrescenta também aqueles que vão ficar infelizes ... ). São, ao mesmo tempo, a proclamação da amizade de Deus para aqueles que participam do espírito que é evocado por oito exemplificações, e (sobretudo na versão de Mt) um programa de vida para todos os que escutam a palavra do Cristo.

Este programa de vida já entra em ação desde que alguém se toma discípulo de Jesus: os que estão realizando este programa já são "santos". Por isso, este evangelho foi escolhido para a festa de hoje. Jesus proclama a bem-aventurança (a felicidade, o "bom encaminhamento", a "boa ventura") dos "pobres no espírito" (= semitismo: os diminuídos até no alento da vida; não se trata da questionável "pobreza espiritual"), porque deles é o Reino dos Céus, ele não quer dizer o além da morte - uma recompensa futura pela carência na terra - mas a realidade presente. "Reino dos Céus" é maneira semítica de dizer "Reino de Deus" (por respeito, Deus é chamado "os Céus"). E o Reino de Deus começa onde se faz a vontade de Deus, como aprendemos do Pai-nosso, que Jesus ensina em seguida (Mt 6,9-13). Se entendêssemos as Bem-Aventuranças somente como uma compensação para depois da morte, elas seriam "ópio do povo". Mas o contrário é verdade: elas são um incentivo para realizar, desde já, o novo espírito, que traz presente o Reino. O sentido das Bem-Aventuranças é, exatamente, relacionar o dom escatológico (expresso nos termos: "serão consolados, serão saciados" etc.) com a realidade de hoje. O dom escatológico não cai do céu, mediante a atuação de algum mágico, mas é o que, da parte de Deus, corresponde à atitude do justo, do servo, do "pobre do Senhor". Corresponde à atitude de não procurar a mera afirmação pessoal no poder e na riqueza, mas de dispor-se inteiramente para a obra de Deus, pelo esvaziamento, a mansidão, a paciência no sofrer, a sede de justiça divina, o empenho pela paz ... Em outros termos, somos santos já, na medida em que pertencemos a Deus no presente. Então, também o futuro de Deus nos pertence.

A mesma mensagem proclama a 2ª leitura (1Jo 3): nossa atual santidade, por sermos filhos de Deus, embora ainda não seja manifesto "o que seremos" (= a nossa glorificação). Portanto, quem é celebrado hoje é, em primeiro lugar, os "filhos de Deus" Santos neste mundo.

A isto se une a visão antecipada do autor do Apocalipse sobre a plenitude dos que aderiram a Cristo, seguiram o Cordeiro (1ª leitura). É o número perfeito das tribos (12 x 12.000), os eleitos de Israel (o autor é judeu-cristão), mas também um número inumerável de todas as nações (universalismo - mas ainda assim há quem ensine que no céu só tem 144.000 lugares ...).

Ora, tanto na mensagem das Bem-Aventuranças quanto na visão do Apocalipse ganham um destaque especial os mártires, os que são perseguidos por causa do evangelho, os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e vêm da grande tribulação. Testemunhar de Cristo com seu sangue é a marca mais segura da santidade. Mas, com ou sem sangue, todos deverão fazer de sua vida um pertencer a Cristo, para que possam ser chamados "santos", i.é, consagrados a Deus.

As orações insistem muito na intercessão dos santos. É um aspecto deste dia, que atinge muito a sensibilidade popular. É preciso fazer aqui um delicado trabalho de interpretação. Confiar em alguém como intercessor supõe sentir-se solidário (familiar) com ele. Será que vivemos como familiares destes intercessores? Será que cabemos na sua companhia?


Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/liturgia/liturgiadominical/2011/novembro/061111b.php

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SOMOS 7 BILHÕES DE FILHOS DE DEUS!

Segundo os que estudam o crescimento da população em nosso planeta, hoje, dia 31 de outubro de 2011, atingiremos a marca dos sete bilhões de pessoas vivendo na terra!

Anos atrás os rumores de uma “explosão demográfica” fez com que governos e outras instituições, preocupadas com o crescimento das populações, empreendessem uma série de medidas para controlar a taxa de natalidade das nações, sobretudo dos países pobres.

Hoje, percebe-se que algumas áreas de nosso planeta estão carecendo de mão-de-obra, pois a taxa de crescimento populacional diminuiu drasticamente, como é o caso da Europa ocidental. Mesmo o Brasil tem crescido menos do que se esperava, nas previsões alarmantes feitas nos anos 70.



O certo é que as previsões e os estudos da ONU, prevêem uma população de 9,1 bilhões de pessoas em 2050. E então, diante deste quadro e destas previsões quais devem ser nossas preocupações? Será que teremos um excesso de pessoas morando em nosso planeta? Só para se ter uma idéia, se todos os 9,1 bilhões de pessoas fossem morar nos Estados Unidos, e o resto da terra ficasse despovoada, mesmo assim, a densidade demográfica dos Estados Unidos, isto é, o número de habitantes por quilometro quadrado, seria inferior à de muitas áreas metropolitanas de grandes metrópoles do mundo.

Então, parece que o problema não é de espaço para a população mundial, mas o ponto de vista que nos faz ver o desafio populacional. Do ponto de vista econômico, pela lógica da economia de mercado, preocupado, sobretudo com o lucro, teremos muito mais pessoas pobres, indesejadas e criando problemas, como a violência! Isso porque não tem dinheiro para comprar, para consumir! Na lógica da agricultura familiar, o desafio é fixar e aumentar a população do campo, promovendo uma política de reforma agrária e de incentivo aos agricultores. Diferente é a visão dos grandes grupos agropecuários que tendem sempre à monocultura e à lógica do lucro.

Muitas são as preocupações que devem ocupar a humanidade daqui para frente: políticas sociais, educação para a cidadania e a escolha de um progresso tecnológico voltado para a auto-sustentabilidade e o respeito para com a natureza.

Certamente que São Francisco pode ser redescoberto neste momento crucial da história da humanidade como um homem que soube harmonizar suas relações com o próximo e com a natureza. Essa harmonia franciscana tem sua origem numa experiência de Deus Criador de todas as coisas e Pai amoroso da humanidade e de toda Criação. Daí porque para São Francisco todas as pessoas eram tratadas como irmão e irmãs, bem como todas as criaturas da natureza.

Importa que a humanidade encontre inspiração em homens como Francisco de Assis, que seguindo as pegadas de Jesus no mistério de Sua encarnação, possa escolher a vida como dom precioso que recebemos de Deus e se torne, acima de tudo, cuidadora da vida em sua bela e misteriosa diversidade.

Comemoremos o nascimento do habitante que nos fará chegar ao número de 7 bilhões de seres humanos, sensibilizando o nosso coração, para que a exemplo de Francisco de Assis, nosso olhar cheio de simpatia para com a humanidade e tudo o que foi criado por Deus, seja o fundamento de nosso amor, de nossas preocupações, de nossos projetos e da capacidade criativa que recebemos de Deus.

Somos sete bilhões de seres humanos! Com Francisco digamos: “Louvado sejas, meu Senhor, pelos 7 bilhões de irmãos e irmãs que nos deste para amar e cuidar, e para aprendermos juntos a acolher o amor que nos revelaste em Teu Filho Jesus!"

Frei Marconi Lins, OFM

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PARA CELEBRAR E VIVER O ESPÍRITO DE ASSIS

Hoje faz 25 anos que o papa João Paulo II e líderes das principais religiões do mundo se reuniram em Assis, cidade natal de São Francisco, para rezarem pela paz. Esse encontro ficou conhecido com o nome de “Espírito de Assis”. Isso porque é impossível ir a Assis e não respirar o clima de paz e harmonia vivido e deixado por São Francisco há 800 anos. Sua experiência de conversão ao Evangelho de Jesus continua tão viva e atual que, ainda hoje, milhares de pessoas pelo mundo afora continuam encontrando no pobrezinho de Assis motivação para buscarem uma convivência fraterna não só entre as pessoas, mas com toda a criação.

Francisco, filho de Pedro Bernardone, rico comerciante de tecidos finos de Assis, contrariando os planos de seu pai, quis viver radicalmente o Evangelho de Jesus. Começou a ser diferente e a viver pobremente, enquanto restaurava algumas capelas em ruínas em sua cidade. Seus amigos eram os pobres e os leprosos; sua alegria era viver e falar do Evangelho com quem encontrava.

De fato, não pode existir paz onde o coração busca a felicidade no poder, no dinheiro e nos interesses egoístas. A paz só existe no coração e na vida de quem se preocupa com a felicidade e o bem-estar do seu próximo e sabe conviver harmoniosamente com todos os seres criados por Deus.

Francisco de Assis encontrou no Evangelho de Jesus o caminho único e verdadeiro capaz de dar sentido à vida da humanidade, garantindo a paz e o bem que Deus quer para todos os seus filhos e filhas. Francisco aprendeu com Jesus de Nazaré a verdadeira sabedoria. Francisco ouvia atento e obediente o ensinamento de Jesus no Evangelho: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mt 19, 21). Foi o que fez Francisco!

Francisco de Assis encontrou a paz no Evangelho de Jesus com o qual aprendeu que nada nos pertence, nem a própria vida. Só Deus é dono de tudo, e a vida só tem sentido quando nos sentimos felizes em sermos administradores do que a Deus pertence. Por isso Francisco queria que seus frades vivessem sem nada de próprio e se contentassem em ter o que comer e vestir.Talvez seja difícil para nós hoje compreender a opção radical de Francisco de Assis, no entanto, percebemos que ele é um exemplo a ser imitado.

Hoje o papa Bento XVI estará em Assis para rezar pela paz com homens e mulheres de boa vontade, que acreditam e lutam pela paz. Não importa a diferença de raça, língua, religião ou cultura. O que importa é que se acredite e se busque a paz, não como uma palavra vazia, mas com tudo o que ela implica de compromisso com o bem comum: justiça, solidariedade e perdão.

Prepare seu coração e motive sua família para celebrar hoje, amanhã e todos os dias, o “Espírito de Assis”! Escolha um gesto concreto que manifeste seu compromisso com a paz mundial. Talvez o gesto seja estar mais atento à vida de sua família ou então perdoar alguém com quem você cortou o diálogo... O que importa é que esse dia seja celebrado e que seja alimentado pela luz da esperança.

Estejamos unidos ao papa Bento XVI que passará o dia em Assis, junto com um numeroso grupo de representante de igrejas cristãs e de outras religiões, para celebrar a “Jornada de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo”.

A paz é dom de Deus para toda a humanidade: Ele quer a felicidade e o bem estar de seus filhos e filhas! Mas tudo o que Ele nos deu e quer para nós, passa necessariamente por nossa maneira de viver, de nos relacionar e de construir hoje, o futuro da humanidade neste planeta terra que é nossa casa comum.

“Senhor vos dê a Paz!” “Paz e Bem!” (São Francisco).

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

UM ENCONTRO MEMORÁVEL: O DIÁLOGO DE FRANCISCO DE ASSIS COM O SULTÃO

Sultão: Estou um pouco surpreso que você tenha passado pela frente de batalha para encontrar-se comigo, santo homem. Francisco: Eu também estou surpreso em vê-lo, senhor sultão, - eu achava que iria sofrer o destino dos mártires.
Sultão: Eu lhe asseguro que isso não estava fora de questão! Francisco: E o Martírio tem custo elevado!
Sultão: Infelizmente, nós dois temos uma longa tradição de mártires. Porém, eu aprendi que o martírio nunca é uma virtude em si mesmo.
Francisco: É verdade. Meus irmãos têm tentado convencer você e seu povo há mais de cinco anos a desistir de sua resistência e se entregar à fé em Jesus Cristo. Em Marrocos, três anos atrás, alguns pagaram o preço do martírio.
Sultão: Pelo que ouvi, foram muito insistentes em querer converter os marroquinos. Eles instigaram o povo que prontamente facilitou o martírio que buscavam.
Francisco: Certo - é esse o ponto. Mártires raramente tem a possibilidade de ter uma longa e sincera conversa com os seus adversários. Se eles dialogassem uns com os outros e aprendessem a respeitar um ao outro, talvez o martírio se transformasse em coisa do passado. Sultão: Então você veio para dialogar?
Francisco: Eu não vejo outra maneira de chegar a um entendimento, não é verdade?
Sultão: Mas, além de tentar converter um ao outro à verdadeira fé, o que temos mais para dialogar?
Francisco: No meu mundo, a tua fama de sabedoria é reconhecida. Estudastes entre nós, és amigo do nosso imperador, tens uma sede profunda pelo conhecimento e pela verdade. Estou seguro que posso aprender muita coisa.
Sultão: Então você veio para aprender e não para ensinar?
Francisco: Existe por acaso um professor melhor do que aquele que sabe como aprender e não só como ensinar?
Sultão: Para um homem tão pequeno, você tem igualmente alguma experiência de sabedoria! Francisco: Eu não estou tão seguro disto. Quando estava chegando aqui, eu trazia mil perguntas em minha cabeça: por que seus soldados foram tão gentis comigo; porque você me deixou passar por cada ponto de controle; porque seus homens faziam pausas para oração durante nosso caminhar para dentro do acampamento; porque estão sempre com essas contas entre os dedos; porque se curvam a mim com reverência; porque sua fé parece tão genuína? Sultão: Sim, sim, eu entendo: você tem um monte de questões a responder.
Francisco: Sim, é bem isso o que estou fazendo. No meu entendimento, uma pessoa sem questões a responder é uma pessoa com os olhos fechados.
Sultão: Eu sempre pensei que, pelo contrário, vocês cristãos tinham todas as respostas, embora, é claro, nós dois sabemos como é difícil lidar com os fanáticos!
Francisco: Eu ouso dizer que sua resposta mostra sinais de humildade - uma virtude que eu aprecio muito.
Sultão: Ambos estamos lutando para defender nossas terras sagradas da profanação. O problema é que vocês acreditam que as estamos profanando neste exato momento, e ficamos indignados com o pensamento de que vocês podem conquistá-las e profaná-las ainda mais! A batalha continua! Teoricamente, dispomos de recursos suficientes, de dinheiro e ódio, para continuar esta batalha, matando um após o outro até que não tenhamos mais ninguém, somente você e eu aqui de pé. Nesse ponto, quem ganharia?
Francisco: Que proveito há em ganhar?
Sultão: Se eu ganhar, então vou ter certeza de que Deus será louvado e que todas as pessoas vão adorar somente a Ele.
Francisco: Obviamente, então, você não quer a paz – somente a vitória.
Sultão: E qual é a diferença? Se conseguirmos por fim a esta fratricídio medonho, se pararmos esse massacre sem sentido, vamos, então, finalmente ter paz.
Francisco: Mas senhor sultão, você não pode, em seu perfeito juízo, acreditar que a paz é tão simples como a conquista da vitória - como se houvesse um momento em que não existiria mais conflitos? Sua "vitória" só iria trazer mais ódio e a vingança continuaria - não a paz. Você sabe que nem a vitória e nem a paz podem acontecer quando somente um lado “supostamente” "ganha".
Sultão: Eu estou diante de um inimigo maior do que eu imaginava!
Francisco: Estás somente diante de um irmão.
Sultão: Se somente pudéssemos agir a partir do conhecimento de pertencermos ao mesmo Criador! Se somente pudéssemos ver um ao outro através dos olhos daquele que é o único Grande e Santo.
Francisco: Agora tua fala começa a fazer sentido. Finalmente paraste de falar sobre vencedores e decidistes falar sobre a realidade.
Sultão: Realidade? O sangue derramado que eu vejo todos os dias é real. Ele vem dos filhos, dos maridos e dos tios de pessoas reais. Mesmo que antes da morte os seus pensamentos tenham sido de raiva ou de ódio ou de justiça, eu posso assegurar-te que os pensamentos finais não foram nenhum desses. Com a vida se esvaindo, certamente elas devem ter pensado: "A que custo?" Realidade é uma palavra que é proibida no campo de batalha. Se pensarmos na realidade, não estaríamos massacrando uns aos outros nessas trincheiras do inferno. Estaríamos todos em nossas casas, com aqueles que amamos, na segurança que tanto prezamos. Francisco: Segurança que é somente precária e enganosa, com o perdão da palavra, Sultão. Segurança para quê? De quê? Por quanto tempo? Se não estamos em paz com nosso Deus e não conhecemos a sabedoria do amor ao próximo - todos os nossos próximos - nunca teremos a segurança que vem somente do amor a ambos - Deus e o próximo. Estranhamente, eu descobri que a segurança só vem quando eu não estou “seguro” - quando eu vivo e sirvo aos outros através daquilo que o outro precisa e necessita em mim.
Sultão: Há algo muito profundo neste teu altruísmo! Quando será que a nossa consciência crescerá suficientemente de tal modo que agiremos com o fim de evitar a miséria humana ao invés de vingá-la?
Francisco: Eu vejo, pelo menos, que você e eu temos algo em comum: manter Deus fora dessa guerra medonha, feita em nome do Todo Poderoso! Pelo menos agora nós estamos falando sobre a paz real.
Sultão: e a vitória real.
Francisco: Alguém pode ganhar se nosso Deus sair perdendo?
Sultão: E pode Deus reivindicar vitória, quando seus filhos e filhas são assassinados em agonia? Francisco: Veja! Então você tem perguntas também! Se apenas o nosso mundo tivesse a coragem de viver as suas questões. Eu sei que você reconhece o meu Senhor e Mestre como um grande profeta, e eu sei que você pode apreciar suas santas Palavras quando Ele diz que – somente quando morremos para nós mesmos podemos viver para Deus e para o próximo, somente quando a semente cai na terra e morre é que ela cresce e produz frutos, caso contrário, é apenas um grão de trigo – fadado a permanecer no chão sem produzir nada. Sultão: É quando o grão morre que ele realmente nasce - para uma vida acima do solo. Francisco: Sim. O amor não morreu na cruz - ele simplesmente optou por não revidar a violência - e deu à luz um amor que nunca morre.
Sultão: Um amor verdadeiro e eterno - o amor do Criador.
Francisco: Falando sobre o Criador, conforme o ensinamento, “PAZ “ não é um dos nomes de Deus?
Sultão: Realmente! E de fato nosso sincero diálogo está me ajudando a acreditar que a paz é possível. Por isso, louvemos a Deus!
Francisco: Sultão, eu sou um pobre coitado. Não tenho nada para lhe oferecer, excepto a minha sincera honestidade.
Sultão: Então, eu lhe agradeço com toda a humildade. Se eu não tivesse permitido que você viesse hoje ao meu encontro, eu nunca teria compreendido quão valoroso pode ser um cristão.
Francisco: Quem pode imaginar o que podemos descobrir quando nos abrimos sinceramente ao diálogo?
Sultão: E o que significa isso senão um pôr-se a caminho na estrada dos mistérios de Deus - sempre mais do que nós pensamos ser possível e sempre menos do que presumimos. Francisco: Sim! Nosso Bom Deus é misterioso e majestoso! O louvor vem tão facilmente nos lábios daqueles que reconhecem a complexidade e ao mesmo tempo a simplicidade do nosso Deus.
Sultão: Realmente! Vamos louvar juntos o nosso bom e misericordioso Deus:

Juntos, Francisco e o sultão rezaram:


Vós sois o único Deus que faz maravilhas.

Vós sois o amor, a caridade; a sabedoria, a humildade, a paciência, a beleza, a mansidão, a segurança e o repouso.
Vós sois o benevolente, o Justo, o suave.
Sois o infinitamente bom, que a tudo perdoa. Sois a Providência, a Generosidade, o Amor.
Todo o louvor é vosso, ò Misericordioso e Compassivo Deus.
Vós sois nossa alegria; nossa esperança.
Sois a justiça, a moderação; nossa suficiência.
Vós sois o protetor; nosso guardião e defensor.

Sois a Verdade, o forte, o doador da vida, o restaurador.

Vós sois O Magnífico, O Eterno, O Todo-Poderoso, O Santo.

Todo o louvor é vosso, ò Misericordioso e Compassivo Deus.
Sois a Luz, sois o Guia, tudo vês.
Sois a força, a fé, a caridade e toda a doçura; sois nossa vida eterna.

Todo o louvor é vosso, ò Misericordioso e Compassivo Deus.

Vós sois o bom, todo o bem, ò Altíssimo; Deus grande e maravilhoso,
Vós sois O Magnífico, O Eterno, O Todo-Poderoso, O Santo, Amém.



(Texto preparado por Kathy Warren, OSF e João Petrekovic, OFM Cap)
Veja mais material sobre o Espírito de Assis em: http://spiritodiassisi.wordpress.com/portugues/

ESPECIAL: CELEBRAÇÃO DO ESPÍRITO DE ASSIS

Os Filhos de Abraão


Judeus, cristãos e muçulmanos consideram Abraão como pai na fé, e uma multidão de seus filhos e filhas estão em seu colo no ícone. Durante séculos os “filhos de Abraão” se odiaram e se mataram uns aos outros. Hoje, devemos aprender a entrar em diálogo respeitoso ou enfrentar a possibilidade de destruição global. Esforcemo-nos em ser verdadeiros filhos e filhas de Abraão enquanto comemoramos o 25 º aniversário do Espírito de Assis.


O ícone foi criado por Frei Robert Lentz, OFM, e distribuído pela Trinity Stores (Lojas Trindade).








São Francisco e o sultão


Em 1219, durante a 5ª Cruzada, São Francisco viajou para o Egito a fim de promover a paz entre muçulmanos e cristãos. Ele não teve sucesso, porém conseguiu falar com o sultão Malek al-Kamil. Através de um diálogo honesto, eles aprenderam um com o outro e passaram a se respeitar. O encontro deles é um paradigma para o Diálogo Inter-Religioso em nosso próprio tempo, e uma inspiração para todos nós no 25 º aniversário do Espírito de Assis.


O ícone foi criado por Frei Robert Lentz, OFM, e distribuído pela Trinity Stores (Lojas Trindade).




O ESPÍRITO DE ASSIS, 25° ANIVERSÁRIO (27 DE OUTUBRO DE 1986 – 27 DE OUTUBRO DE 2011)

PAZ
  • Não existe uma estrada para a paz, a estrada é a paz (Mahatma Gandhi)
  • A nossa viagem para a paz começa hoje e todo dia. Cada passo é uma oração, cada passo é uma meditação, cada passo construirá uma ponte. Ainda – de novo – estamos caminhando (Moha Ghosananada)
  • Todo aquele que hoje é meu amigo, esteja em paz; todo aquele que é meu inimigo esteja também ele em paz (Veda)
  • O sábio que busca o bem e conquistou a paz, ...assim ele ama toda criatura vivente (Suttanipata)
  • Se teu inimigo se inclina para a paz, inclina-te também tu em direção à paz e tendes confiança em Deus (Corão, Sura 8,61)
  • Ó grande Espírito, eu levanto meu cachimbo, sinal de paz, em tua direção, na direção dos teus mensageiros e na direção da Mãe Terra (Da oração de Assis de 1986, feita pelos Índios da América)
  • Deus onipotente, Tu és a pedra angular da Paz. Vós, espíritos e antepassados, dêem-nos a paz (Da oração de Assis de 1986, de tradição africana)
  • Deus de bondade, uni todos os seres humanos: estabelece a paz suprema (Bahaullàh di Fede Baha`i)

  • DIÁLOGO
Sejam unidos, faleis em harmonia Que os nossas mentes aprendam em modo semelhante A conclusão da nossa assembléia seja compartilhada por todos a solução dos nossos problemas seja comum as nossas deliberações sejam adotadas por unanimidade Na mesma linha sejam os nossos sentimentos em relação aos outros seres Os nossos corações fiquem unidos, as nossas intenções sejam comuns. (Oração hindu, extraída do Upanishads)

  • Ó humanidade! Nós te criamos de um único casal, um homem e uma mulher, e te transformamos em nações e em tribos para que possas conhecer-ti (Não para que ti desprezes reciprocamente). (Corão, Sura XLIX, v 13)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

25 ANOS, DO ESPÍRITO DE ASSIS


No dia 27 de outubro celebra-se em todo o mundo o Espírito de Assis que neste ano completa 25 anos. Neste momento significativo recordaremos a atitude de diálogo fundamental do papa João Paulo II, quando nesse dia, do ano 1986, convidou líderes de diferentes Religiões e Credos para rezarem juntos na Igrejinha da Porciúncula em Assis, a favor da Paz!
Assim, todos nós podemos juntos nos reunirmos na celebração do diálogo inter-religioso, nas diferentes fraternidades e de diversos meios se faça celebrar a paz e a vida entre os povos e as religiões.

Que essa atitude de diálogo fraterno pela Paz nos envolva de forma pessoal e comunitária e que em nossos grupos, pastorais, comunidades onde celebramos, paróquias ou movimentos onde atuamos façamos uma "memória celebrativa" e "jubilar".

O Diálogo em favor da Paz é algo de que a sociedade "geme em dores de parto". Nós franciscanos a exemplo do nosso Pai Seráfico somos convidados a sermos os pioneiros na promoção da Paz e do Bem a todos os homens, culturas e povos.

Fique sabendo... O Espírito de Assis

Em 27 de outubro de 1986, João Paulo II realizou um grande sonho: ele convidou os representantes das religiões do mundo a Assis, para que uma única canção de paz, provenientes de muitos corações e em muitas línguas, pudesse ser enviada ao Deus único. Este convite foi aceito por 70 representações das principais religiões. Eles ofereceram a esperança de um mundo diferente: renovado, profundamente fraterno e verdadeiramente humano. O evento em si trouxe uma importante mensagem: que o desejo de paz é compartilhado por todas as pessoas de boa vontade, mas tendo em conta a situação do mundo e as relações entre os povos, a paz verdadeira só pode ser alcançada através de uma intervenção divina.

A reunião foi de orações. A oração foi desenvolvida no contexto espiritual de cada uma das religiões ali presentes. Os participantes foram convidados a tocar sua interioridade na liberdade, levando a oração de toda a humanidade a Deus. Eles reconheceram que os seres humanos por si só não são capazes de alcançar a paz que almejam.

Parece que o clima de fraternidade universal que paira sobre a cidade de São Francisco tocou os corações das pessoas, provenientes das mais diversas origens. Esta experiência foi nomeada como o Espírito de Assis, e em 1987 na mensagem do Dia Mundial da Paz também foi chamado de "A Lógica de Assis". Durante a primeira reunião, na frente da capela da Porciúncula, João Paulo II disse que escolheu "a cidade de Assis como local para este dia de oração, devido ao significado especial do santo venerado aqui, São Francisco, que é conhecido por muitos em todo o planeta como um símbolo de paz, reconciliação e fraternidade." Desta maneira, o Papa decidiu promover esta iniciativa em nome de São Francisco, o homem que derruba barreiras, e que é irmão de todos.

Em 2011 vamos comemorar o 25º aniversário do primeiro encontro do Espírito de Assis. Essa comemoração será realizada nos locais originais, na cidade de Assis. Uma mensagem de paz é tão necessária hoje quanto era há 25 anos atrás, juntamente com um compromisso concreto de construção da paz em nosso mundo. Como Bento XVI afirmou há cinco anos atrás, o mundo mudou desde a primeira comemoração. Às religiões não é pedido apenas o diálogo, mas sim que esse diálogo possa alcançar a todas as pessoas, sejam elas crentes ou não. Mais ainda, estamos sendo desafiados a ir para além da humanidade, porque a violência está chegando também à criação de Deus. Há uma consciência crescente em todas as tradições religiosas que o respeito e as relações pacíficas devem ser cultivadas entre todas as pessoas e, da mesma forma, entre as pessoas e todas as criaturas.

Seremos fortalecidos se nos unirmos no Espírito de Assis e rezarmos, como nossas respectivas tradições religiosas nos ensinam, para que nos comprometamos com ações concretas que nos permitam enfrentar as ameaças à paz e ao meio ambiente em nosso mundo hoje.

O nosso Convite

Pedimos que esta mesma atitude de diálogo fraterno pela Paz nos envolva de forma pessoal e comunitária e que em nossos grupos, pastorais, comunidades onde celebramos, paróquias ou movimentos onde atuamos façamos uma “memória celebrativa” e “jubilar”, a pedido da Ordem, através de momentos de oração pela Paz. Mais que próprio do nosso carisma, o Diálogo em favor da Paz é algo de que a sociedade “geme em dores de parto”. Nós franciscanos a exemplo do nosso Pai Seráfico somos convidados a sermos os pioneiros na promoção da Paz e do Bem a todos os homens, culturas e povos.


Fonte: Secretaria do SIFEM-CFMB.
http://sifem-cfmb.blogspot.com/2011/10/francisco-o-mundo-tem-saudades-de-ti.html

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

A Virgem Maria, a Mãe de Deus, é invocada conforme a história do povo cristão, em locais e regiões as mais distintas. Mesmo no Brasil, ela é chamada por muitos 'nomes'. É quase automático nos lábios das pessoas, diante do inesperado ou do mistério grande das coisas, a exclamação: "Virgem Maria"! ou "Nossa Senhora"!

Para o descrente ou apenas o racional, a exclamação pode simplesmente ser um reflexo religioso inconsciente... No entanto, é curioso e muito significativo, que culturalmente o povo brasileiro chame sempre pela "mãe", por uma "mulher"... que a fé sabe ser uma "bendita entre as mulheres", porque é "cheia de graça"!

No Brasil, ela ganhou as feições simples e humildes de seu povo. É simplesmente a "Aparecida", porque surgiu das águas, nas redes de gente simples como ela, os pescadores do rio Paraíba. A água escureceu sua imagem da argila, cor da terra. Apareceu negra, cabeça separada do corpo, que o homem colou e uniu. Outros sinais da identificação com o seu Filho e os seus irmãos: os renascidos da água e do espírito, membros do mesmo e único corpo, do qual o Cristo é a cabeça.


Antes dela ser "Aparecida", já era a "Conceição", aquela que concebe e dá à luz à própria Luz que veio a este mundo. Sabiamente diziam os Padres da Igreja que, primeiro Maria concebeu seu Filho na fé, crendo na Palavra que lhe foi anunciada e, por isso concebeu-O também no seu corpo. Tornou-se, então, o modelo e protótipo da Igreja, de todos os que, como ela, geram o Cristo pela fé.

São Francisco de Assis, na sua 2ª Carta aos Fiéis (48-53), depois de falar sobre a necessidade da completa conversão da atitude de egocentrismo, afirma:


"Aqueles que assim agirem e perseverarem até o fim, verão repousar sobre si o Espírito do Senhor e ele fará neles sua morada permanente, e serão filhos do Pai celestial cujas obras fazem. E serão esposos, irmãos e mães de nosso Senhor Jesus Cristo. Somos seus esposos, quando a alma crente está unida a Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Somos seus irmãos quando fazemos a vontade de seu Pai, que está nos céus. Somos suas mães, se com consciência pura e sincera o trazemos em nosso coração e nosso seio e o damos à luz por obras santas que sirvam de luminoso exemplo para os outros".

Para São Francisco a grandeza e a importância de Maria está no fato dela ter feito Cristo nosso irmão, dando-lhe a carne de nossa humanidade. Ele a vê sempre unida ao seu Filho. Por isso, a devoção a ela se faz na vida conforme o Evangelho. Francisco não só recorre à proteção de Maria, mas assume as atitudes dela frente a Deus, e como ela, concebe, gera e dá à luz à Palavra de Deus, dando-lhe vida e forma. É a fecundidade espiritual dos que, como Maria, geram o Cristo em suas vidas.

Frei Regis Daher, ofm
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/especiais/2011/nsenhora_121011/

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ENCERRAMENTO DA FESTA 2011, COM AS BENÇÃOS DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS

Irmãos e irmãs, devotos e devotas de São Francisco das Chagas de Canindé, louvamos e agradecemos a Deus por este momento tão especial de evangelização vivenciado nesses dias de Festa em Canindé. Todos ficaremos com saudade da visita de cada irmão que esteve no Santuário, e por toda a fraternidade vivenciada e acolhida, pelo testemunho de fé e confiança no Santo Seráfico. Que São Francisco abençoe a todos, na sua romaria de volta a sua casa, e que ele continue a olhar e a nos interceder junto a Deus Pai. Viva São Francisco!!
Fonte e fotos: http://festadesaofranciscodecaninde.blogspot.com/

terça-feira, 4 de outubro de 2011

AO MINISTRO PROVINCIAL, NOSSOS PARABÉNS!

Uma das grandes bênçãos da vida é a experiência que os anos vividos nos concedem. Aniversariar é uma amostra das oportunidades que temos de aprender a contar os nossos dias.

Hoje, mais um a janela se abre diante de seus olhos, mais um espinho foi retirado da flor, restando apenas a beleza de tão bela data.

Os sintomas da felicidade se traduzem do otimismo, na fé, na esperança tenho empenho por se ser melhor a cada dia.

Continue firme pelos caminhos da virilidade e suas verdades. Continue trilhando pelos vales da vida, pois um dia encontrarás o mais belo jardim, o jardim que representará a realização de seus maiores sonhos. (Autor desconhecido)


Que Deus e o Pai Seráfico Francisco de Assis te ilumine, todos os dias de sua vida. Feliz Aniversário!

Equipe Blog OFM Eventos.
(Dê os parabéns ao Frei Marconi, deixando sua mensagem na caixa de recados ao lado direto da tela.)

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL PARA SOLENIDADE DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS



Canindé, 4 de outubro de 2011.






Caros confrades da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil,
de outras Entidades franciscanas,

Irmãs Clarissas e Concepcionistas,

Irmãs e Irmãos francisclarianos,
da OFS e Jufra,

Amigas e Amigos, Paz e Bem!

Neste dia solene em que celebramos o feliz trânsito de nosso irmão e pai Francisco de Assis, estou em Canindé, no sertão central do Ceará, compartilhando a alegria deste lugar muito especial de romaria franciscana! É impressionante como aqui se respira a mística de um “franciscanismo mestiço”, onde Francisco deixou de ser identificado pelo seu lugar de nascimento – de Assis – e é conhecido pela sua identificação com Aquele que ele mais amou: Cristo crucificado! Por isso aqui ele é chamado por todos de Francisco das Chagas! Para muitos romeiros, vindos de longínquos recantos do Norte, Nordeste e de outras partes do Brasil, São Francisco das Chagas está vivo em Canindé, terra que ele adotou como sua cidade, onde ele quer encontrar-se com seus amigos prediletos: gente pobre, maltratada e castigada por muito sofrimento e injustiça, mas cheia de coragem, esperança, alegria e disposição para a luta da vida!

É impressionante o que essa gente é capaz de fazer e de suportar quando se trata de manifestar sua fé em Deus e São Francisco! Chegam a Canindé caminhando quilômetros a pé, de pau-de-arara, em ônibus, na sua maioria sem o mínimo de conforto, de automóvel... O importante é chegar para agradecer a Deus as graças alcançadas como também pedir a proteção, a saúde e a paz tão necessárias para uma vida feliz!

Quando entram na basílica e se aproximam da imagem de São Francisco é como se entrassem no céu e as canseiras, sofrimentos e dores da vida e da viagem que empreenderam desaparecem! Ver São Francisco é ver alguém que soube viver uma íntima comunhão com Jesus crucificado, o Filho de Deus e da Virgem Maria, que veio ao mundo nos salvar! É fazer a experiência de estar junto a Deus, Criador e Pai de todos nós, que não faz acepção de pessoas!

O calor que faz em Canindé nesta época do ano é suportado pelos romeiros que parecem nos lembrar que ser cristão, como foi São Francisco, é não permitir que a frieza da insensibilidade e da falta de solidariedade tome conta de nosso coração! De dia o calor e à noite a brisa suave, lembram o dinamismo do Espírito tão presente na experiência de Deus que fez São Francisco!

Queridos irmãos e irmãs, com esta percepção e sentimentos vividos nesta escola de fé e espiritualidade franciscana, onde os romeiros são nossos mestres, quero me juntar a todos vocês e elevar ao Altíssimo e bom Senhor um hino de louvor porque Ele nos deu Francisco de Assis, das Chagas de Canindé, nosso irmão e pai que viveu e continua nos propondo o Evangelho de Jesus Cristo como caminho seguro para construirmos uma nova humanidade e um mundo reconciliado e feliz!

Agradeço as mensagens recebidas pela Solenidade de hoje.
“O Senhor lhes dê a Paz!”

Frei Marconi Lins, ofm
Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MENSAGEM DO MINISTRO GERAL PARA SOLENIDADE DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

CLIQUE NA FOTO PARA VISUALIZAR A MENSAGEM EM PDF!


Fonte: http://www.franciscanos.org.br/

ROMEIROS DE SÃO FRANCISCO

Nos dias de Festejo do Santo das Chagas a cidade de Canindé se veste mais ainda do hábito franciscano. São milhares de devotos que buscam auxílio por intercessão ao santo junto ao Pai do céu, e ao mesmo tempo para agradecer as graças alcançadas.Neste ano temos uma das maiores festas com participação de devotos já registradas. A todo momento são acolhidas romarias de todos os estados do Brasil, dentre estes ganham destaque os da região nordeste.
A romaria nos ajuda a estarmos mais próximo de Deus, a vivenciar o evangelho e assim os caminhos da salvação. É isso que esses visitantes esperam encontrar em nosso Santuário.


Fonte: Equipe de Comunicação do Site Santuário.
http://festadesaofranciscodecaninde.blogspot.com/
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