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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MENSAGEM DE NATAL DO PROVINCIAL


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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

MARIA E JOSÉ E O ADVENTO DE JESUS


Bem próximos do Natal de Jesus, estamos na quarta semana do Advento, na qual emerge com toda força, a presença da mulher no mistério do Deus que quer vir ao encontro da humanidade! Maria de Nazaré, uma jovem que entre tantas outras em Israel, aguardava a realização das promessas de Deus e a vinda do Messias, vê-se escolhida para acolher de modo muito especial o Filho Unigênito do Altíssimo!

O anjo Gabriel revela os planos que Deus tinha para Maria: “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Maria, por sua vez, fica abismada pelo mistério que a envolve e se questiona sobre o que está se passando! O anjo Gabriel faz-lhe a revelação: “Não temas, Maria, pois obtiveste graça junto a Deus. Eis que engravidarás e darás à luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo...” (Lc 1,30-32).

Maria, atônita, diante do mistério, só sabe que é virgem e está noiva de José! Também José está nos planos do Altíssimo Deus. Ele cuidará, com Maria, do Messias esperado pelo povo de Israel.

Diante do que não pode ser entendido a não ser pela fé e pela entrega radical nas mãos de Deus, Maria pronuncia o “Sim” que mudará o rumo da história humana e de todo o universo! Deus vem ao encontro do ser humano, assumindo a nossa humanidade para que compreendamos mais uma vez, e de forma definitiva, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, como já havia sido revelado nas Escrituras do povo de Israel! Mas desta vez, tocados pelo Verbo eterno do Pai que assumiu nossa carne, fomos feitos filhos adotivos e podermos chamar Deus de “Abá”, “Pai” (cf. Gl 4,5).

Eis o que fez o “Sim” da jovem Maria ao convite do Altíssimo! Eis a bondade de Deus que manifesta o Seu amor e Sua misericórdia pela humanidade e por toda a Criação, envolvendo-as em seu plano de eternidade! Maria não entende o mistério, mas se deixa envolver por ele! E com liberdade, na fé de seus antepassados, torna-se a participante por excelência do mistério de Deus! Por isso, nesta última semana do Advento, às vésperas do Natal de Jesus, louvemos e adoremos o Deus Altíssimo porque Ele é Bom!

Aqui entendemos o que diz João em sua primeira carta: “Deus é amor. Eis como se manifestou o amor de Deus entre nós: Deus enviou Seu Filho único ao mundo, para que vivêssemos por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus mas foi Ele que nos amou e nos enviou Seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (cf. 1Jo 4,8-10).

E Maria, a bem-aventurada que acreditou nas promessas do Altíssimo, disse “Sim” e o “Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). E José, “que era um homem justo” (cf. Mt 1,19), também acolheu o mistério de Deus que envolveu Maria “recebendo em sua casa” (cf. Mt 1,24).

Maria e José acolheram o Altíssimo Deus que veio nos visitar e morar conosco em Jesus, o Emanuel, o “Deus conosco”!

Que também nós pronunciemos nosso “sim”, acolhendo Jesus, o Messias de Deus, através de gestos concretos de solidariedade, sobretudo para com os pobres e sofredores, e também pelo compromisso com a defesa da vida em sua diversidade!

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DEVOÇÃO FRANCISCANA A MARIA

A vida segundo o Evangelho serve, para Francisco, de base em vista de uma compreensão da revelação cristã: exige unidade entre esforço cotidiano e oração, encontro com Deus na vida cotidiana neste mundo e com os outros. Francisco nunca emite um pensamento de fé, um conceito teológico sem conexão com atitude vital global e sintética que possa abarcar a totalidade da existência.

Sua espiritualidade está estruturada em suas intuições básicas e concatenadas, a saber:

a) penitência ou conversão da vida carnal, ou seja, egocêntrica, para encontrar Cristo e Deus no irmão esquecido e abandonado à mercê das forças de morte presentes no mundo e na sociedade;

b) o consequente distanciamento destas forças, associando-se aos "menores";

c) a - pobreza voluntária para obrigar a sociedade a reconhecer, respeitar e honrar, através do retomo à Justiça, a dignidade ofendida dos pequenos; e, finalmente, a alegria ao pensar nas promessas escatológicas de Deus, em sua presença onde está o amor e na atualização da Páscoa em nossas celebrações.
São estes aspectos que Francisco encontra, reverencia, canta e Invoca em Maria.

Maria é, para Francisco, a "Senhora" pobre (2Cel 83) e Deus, escolhendo-a por Mãe, compartilha a pobreza com ela (2CtFi4-5) como caminho em vista da salvação dos homens, levando-os a viver a paternidade divina a partir de uma fraternidade humana renovada, que consiste na solidariedade real com os pobres, uma vez que, como dizia Francisco, é dignidade real e insígne nobreza "seguir o Senhor que, sendo rico, se fez pobre por nós" [2Cel 73) e partilham a pobreza salvífica de Jesus da qual devem participar todos os seus seguidores.


Ao exigir a pobreza dos frades, Francisco os coloca em relação com Cristo que foi "pobre e peregrino e vivia de esmola, ele mais a bem-aventurada Virgem e seus discípulos" (RNB 9,6). E a tua última vontade é "seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima e nela perseverar até o fim (UIV 1).


Era com lágrimas nos olhos que Francisco meditava na pobreza do Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe (2Cel 2,00: LM 7, 1). Este pranto amargurado de Francisco diante do que Cristo e Maria passaram será mal entendido se não for colocado junto com a escolha de pobreza voluntária que fez e com
a honra que tributava a todos os pobres: a pobreza voluntária, unida à alegria que a acompanha, provém do fato de que para Francisco o Evangelho do Reino e da presença misteriosa de Deus em nosso meio se tomaram mais importantes do que os próprios interesses, e, para acolhê-los, é preciso mesmo esquecer os interesses próprios, "converter-se", "fazer penitência".

O Deus que decidiu partilhar a pobreza com Maria tornando-se seu filho é o Deus novo que transforma em supremo o que é ínfimo, é o Deus diferente, que não age a partir de nossa lógica, que escolhe a pobreza e o pobre como seu "sacramento", como seu sinal e seu símbolo.

Celano o diz com multa felicidade ao falar da compaixão de Francisco para com os pobres. Francisco "se derretia todo pelos pobres". Desejava sempre "estender a mão (aos pobres)". Celano observa que ele "era de uma clemência nata" que tinha sido redobrada teologalmente: "redobrada pela piedade infusa". "Qualquer carência ou penúria que visse em alguém dirigia seu pensamento em rápida conversão para Cristo.

Via o Filho da pobre Senhora em todos os pobres, pois o levava nu em seu coração como ela o tinha carregado em seus braços" [2Cel 83). Neste aspecto também Francisco revela ter sido o pai dos teólogos franciscanos que não conhecem outra teologia, outra cristologia ou mariologia senão aquela que, refletindo sobre a vida de Cristo e de Maria, neles descobre aquilo que torna nossa existência melhor.


Francisco tem consciência que a salvação de Deus é para todos, mas sabe também que a maneira como ela se manifesta não é igual para todos: Deus, na encarnação - "kénosis", assumindo a condição pobre de sua Mãe e aceitando o sofrimento inerente à finitude humana, exalta os pobres e os humilhados, os fracos e os sofredores que, depois da glorificação de Cristo e de Maria, são o espelho no qual se Imprime e se perpetua a Imagem de Deus que se exprimiu entre nós, em Cristo e Maria, pobres e sofredores: "Quando vês um pobre, meu irmão, tens à frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe. Também nos doentes deves ver as enfermidades que ele assumiu por nossa causa" (2Cel 85).


Por outro lado, Deus mesmo ao decidir manifestar-se a nós na pobreza de Jesus e de Maria e manifestando-se agora nos pobres e sofredores de todos os modos contesta o - mundo desumano, a fim de que todos os que são responsáveis por criar e manter esta situação desumana e, portanto, indigna da família de Deus, redescubram sua humanidade, afastando-se de tal situação como fez, de modo radical, Francisco com sua pobreza voluntária.


A devoção mariana permite ao Poverello viver esta dimensão teologal da pobreza e as mais profundas raízes da alegria dos "menores". Estes, em sua própria pobreza e na dos outros, experimentam como mais importante do que todos os interesses particulares, a presença de Deus no mundo e o seu Reino que vem.


É precisamente nesta alegria franciscana, pela presença divina, que a pobreza não é somente uma teoria, mas de grande eficácia: o Deus da alegria é o Deus que reverencia os pobres e denuncia forças tenebrosas que são causa de tanto sofrimento. Ao realizar esta denúncia Deus não prega o ódio aos que encarnam tais forças e se tornam seus instrumentos, aos que cedem a cobiças e ambições, mas partilhando com Maria a pobreza.


Francisco compreende a força presente na prática da pobreza evangélica, sem agressividade e ódio. Ao pobre que encontrou em Collestrada de Perúsia e que amaldiçoava "com ódio mortal" o patrão "que lhe havia tirado os bens", Francisco diz: "Irmão, pelo amor de Deus perdoa teu patrão: assim haverás de salvar tua alma..." (2Cel 89).


O amor cavaleiresco de Francisco por Maria certamente não é uma fantasia. Esta expressão, no entanto, é ambígua e pode levar a pensar numa devoção feita de "galanteios", quando na realidade se trata de expressão de uma piedade caracterizada pela participação na alegria de Maria que, em sua pobreza, se torna solidária dos pobres para participar na obra da encarnação de Deus, cuja paternidade só pode ser fundamentalmente invocada por aqueles que se unem a Cristo, e a tudo o que ele fez para que pudéssemos vencer a desumanidade do que sofre e possibilitar o nascimento de uma nova humanidade sob a única soberania de Deus.


Fonte: Dicionário Franciscano
Site: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/especiais/2008/imaculada_08/25.php

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ADVENTO: Vem, Senhor Jesus!

Ontem iniciamos mais um ano do calendário da Igreja. O primeiro domingo do Advento marca o começo de um novo ano litúrgico e a preparação da primeira grande festa do calendário cristão: o Natal de Jesus.

Advento significa chegada, vinda. Estamos esperando o Senhor que vem! É verdade que Ele já veio uma primeira vez, quando nasceu em Belém. Realizava-se assim, a promessa que Deus havia feito ao povo de Israel e que os profetas não cansavam de proclamar: o Messias, o Ungido de Deus vem nos salvar! Assim, o Natal celebra a primeira vinda de Jesus, o Salvador que veio nos trazer a mais bela notícia que a humanidade poderia receber: Deus nos ama e nos dá a sua salvação!

Infelizmente esta notícia proclamada e vivida pelo próprio Jesus, que nos amou até nos dar a vida na cruz, ainda não foi recebida por todos os homens. E até nós cristãos, que afirmamos acreditar na Boa Nova de Jesus, ainda não vivemos na prática, de maneira mais convincente, a Boa Nova da Salvação! Quem acredita e acolhe Jesus que nos veio dar a vida e a salvação que o Pai quer para todos nós, vive o mandamento do amor! (cf. Jo 15,12).

Como nós sabemos, Jesus passou pelo meio da humanidade fazendo o bem, mas foi perseguido, preso, torturado e morto numa cruz e ao terceiro dia ressuscitou de entre os mortos. Voltou para junto do Pai e nos prometeu: Vou voltar de novo! (cf. Mt 25,31s)

Mandou-nos o Espírito Santo para nos recordar e comprometer com a preparação de Sua segunda vinda!

Aqui compreendemos a plenitude da mensagem do tempo litúrgico do Advento: celebramos a primeira vinda de Jesus, seu nascimento, mas aguardamos a segunda vinda, o dia do julgamento final da humanidade!

Nossa atitude deve ser de espera, de expectativa, buscando ver no dia a dia, nos acontecimentos da história e da natureza os sinais que indicam a volta de Jesus. Nada de pânico nem de medo! Mas nada de cruzar os braços: espera-se o Senhor fazendo o que Ele fez, fazendo o bem a todos, trabalhando para que toda a humanidade e toda a criação se sintam abraçadas pelo amor misericordioso do Pai que Jesus nos veio dar com o seu nascimento!

Os sinais da destruição que nos causam medo somos nós mesmos que os provocamos: a fome gerada pelo egoísmo, a guerra, fruto da ganância, a violência que nasce da injustiça, a destruição da natureza provocada pelo nosso coração insensível ao amor e ao poder criador de nosso Deus... Mas os sinais da vinda do Senhor estão acontecendo! E nós podemos ser sinais de sua segunda vida, de seu advento definitivo, sendo para nossos irmãos e irmãs pessoas que falam e dão esperança a quem se sente só, desprotegida e desesperada!

Vamos preparar o Natal do Senhor, primeiramente rezando e meditando o mistério do Advento de Jesus e ao mesmo tempo fazendo algo de bom para o nosso próximo! O que você se propõe fazer para isso? Não perca a oportunidade de viver o Advento de Cristo e de acolhê-lo acolhendo o seu próximo, lembrando o que Ele mesmo disse: “Todas as vezes que fizestes o bem a um desses pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, ) Enquanto Jesus não chega definitivamente, nós buscamos fazer o bem e proclamamos com alegria e esperança: “Marana tha! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20)


Frei Marconi Lins, OFM

domingo, 21 de novembro de 2010

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Para coroar o ano litúrgico, celebramos o solene encerramento, a festa de Cristo-Rei. Jesus é apresentado como rei nosso e do universo. Mas, o que significa chamar Jesus de “rei”? Não temos em nosso meio experiência próxima daquilo que é um rei. Por isso convém prestar bem atenção à 1ª leitura, que narra a consagração de Davi como rei de Israel. Davi não é apenas chefe do Estado e tampouco um rei considerado deus como os reis do Egito e da Babilônia. Ele é “filho de Deus”, chamado a exercer o reinado em obediência a Deus, o Único Senhor.
Ora, se Davi era um rei diferente, Jesus muito mais, como poderemos perceber no evangelho. Seu governo tem alcance além da morte, além do mundo; e este domínio, que supera tudo, ele o abre para o pecador que se converte, o “bom ladrão” crucificado ao seu lado. Jesus não é rei sobre um determinado pedacinho de nosso planeta, mas submete a si a morte e o pecado (cf. 1Cor 15,25-26). Tudo o que existe para a glória de Deus – de modo especial, a Igreja – encontra em Jesus seu chefe, sua cabeça – diz a 2ª leitura. Ele é rei por seu sangue redentor, pelo dom de sua vida, que vence o ódio, o desamor, o pecado.
Estamos aos poucos redescobrindo que o Reino de Deus, inaugurado por Jesus, deve ser implantado aqui na terra, na justiça e no amor fraterno. Mas não devemos perder de vista a dimensão eterna deste reino. Ele supera as realidades históricas, “encarnadas”. Ele atinge a relação mais profunda e invisível entre Deus e o homem. Ele é universal, não apenas no tempo e no espaço, mas sobretudo na profundidade, na radicalidade. O projeto de Deus, que Jesus veio, definitivamente, pôr em ação, não termina no horizonte de osso olhar físico. Seu alcance não tem fim. É uma grandeza que vence todo o mal, muito além daquilo que podemos verificar aqui e agora. É um reino que não apenas conquista o mundo, mas muda a sua qualidade. Por isso dedicamo-lhes todas as nossas forças e não ficamos de braços cruzados.
Este reino supera o pecado, como Jesus mostra, acolhendo o “bom ladrão”. Pois é o reino de amor. Porém, não legitima o pecado: Zaqueu, depois que se converteu, começou vida nova (Lc 19, 1-10). Se o bom ladrão tivesse continuado com vida, deveria ter mudado radicalmente seu modo de viver... Assim, para participarmos, já agora, deste reino de amor, justiça e paz, devemos deixar acontecer em nós a transformação que Jesus iniciou e pela qual ele deu a sua vida.


Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes


Fonte:
http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/liturgia/liturgiadominical/2010/novembro/211110c.php

sábado, 13 de novembro de 2010

ESPECIAL 17 DE NOVEMBRO: SANTA ISABEL DA HUNGRIA, PADROEIRA DA OFS


Isabel da Hungria, a princesa entre os pobres

Queridos irmãos e irmãs:


Hoje, eu gostaria de falar-vos sobre uma das mulheres da Idade Média que suscitou maior admiração: Santa Isabel da Hungria, chamada também de Isabel de Turíngia. Ela nasceu em 1207, na Hungria. Os historiadores discutem onde. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria, o qual, para reforçar seus vínculos políticos, havia se casado com a condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwirges, que era esposa do duque de Silésia. Isabel viveu na corte húngara somente nos primeiros quatro anos da sua infância, junto a uma irmã e três irmãos. Ela gostava de música, dança e jogos; recitava com fidelidade suas orações e mostrava atenção particular aos pobres, a quem ajudava com uma boa palavra ou com um gesto afetuoso.


Sua infância feliz foi bruscamente interrompida quando, da distante Turíngia, chegaram alguns cavaleiros para levá-la à sua nova sede na Alemanha central. Segundo os costumes daquele tempo, de fato, seu pai havia estabelecido que Isabel se convertesse em princesa de Turíngia. O landgrave ou conde daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no começo do século XIII e seu castelo era centro de magnificência e de cultura. Mas, por trás das festas e da glória, escondiam-se as ambições dos príncipes feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais e imperiais. Neste contexto, o conde Hermann acolheu com boa vontade o noivado entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu de sua pátria com um rico dote e um grande séquito, incluindo suas donzelas pessoais, duas das quais permaneceriam amigas fiéis até o final. São elas que deixaram preciosas informações sobre a infância e sobre a vida da santa.


Após uma longa viagem, chegaram a Eisenach, para subir depois à fortaleza de Wartburg, o maciço castelo sobre a cidade. Lá se celebrou o compromisso entre Ludovico e Isabel. Nos anos seguintes, enquanto Ludovico aprendia o ofício de cavaleiro, Isabel e suas companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordado. Apesar do fato do compromisso ter sido decidido por razões políticas, entre os dois jovens nasceu um amor sincero, motivado pela fé e pelo desejo de fazer a vontade de Deus. Aos 18 anos, Ludovico, após a morte do seu pai, começou a reinar sobre Turíngia. Mas Isabel se converteu em objeto de silenciosas críticas, porque seu comportamento não correspondia à vida da corte. Assim também a celebração do matrimônio não foi fastuosa e os gastos do banquete foram distribuídos em parte aos pobres. Em sua profunda sensibilidade, Isabel via as contradições entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os compromissos. Uma vez, entrando na igreja na festa da Assunção, ela tirou a coroa, colocou-a aos pés da cruz e permaneceu prostrada no chão, com o rosto coberto. Quando uma freira a desaprovou por este gesto, ela respondeu: "Como posso eu, criatura miserável, continuar usando uma coroa de dignidade terrena quando vejo o meu Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?". Ela se comportava diante dos seus súditos da mesma forma que se comportava diante de Deus. Entre os escritos das quatro donzelas, encontramos este testemunho: "Não consumia alimentos sem antes estar certa de que procediam das propriedades e dos bens legítimos do seu marido. Enquanto se abstinha dos bens adquiridos ilicitamente, preocupava-se também por ressarcir àqueles que tivessem sofrido violência" (nn. 25 e 37). Um verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham cargos: o exercício da autoridade, em todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à caridade, na busca constante do bem comum.


Isabel praticava assiduamente as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta, distribuía roupas, pagava as dívidas, cuidava dos doentes e sepultava os mortos. Descendo do seu castelo, dirigia-se frequentemente com suas donzelas às casas dos pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava os alimentos pessoalmente e cuidava com atenção do vestuário e dos leitos dos pobres. Este comportamento foi informado ao seu marido, a quem isso não apenas não desagradou, senão que respondeu aos seus acusadores: "Enquanto ela não vender o castelo, estou feliz!". Neste contexto se coloca o milagre do pão transformado em rosas: enquanto Isabel ia pela rua com seu avental cheio de pão para os pobres, encontrou-se com o marido, que lhe perguntou o que estava carregando. Ela abriu o avental e, no lugar dos pães, apareceram magníficas rosas. Este símbolo de caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa Isabel.


Seu casamento foi profundamente feliz: Isabel ajudava seu esposo a elevar suas qualidades humanas ao nível espiritual e ele, por outro lado, protegia sua esposa em sua generosidade com os pobres e em suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela grande fé de sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe: "Querida Isabel, é Cristo quem você lavou, alimentou e cuidou" - um claro testemunho de como a fé e o amor a Deus e ao próximo reforçam e tornam ainda mais profunda a união matrimonial.


O jovem casal encontrou apoio espiritual nos Frades Menores, que, desde 1222, difundiram-se em Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu o Frei Rüdiger como diretor espiritual. Quando ele lhe narrou as circunstâncias da conversão do jovem e rico comerciante Francisco de Assis, Isabel se entusiasmou ainda mais em seu caminho de vida cristã. Desde aquele momento, dedicou-se ainda mais a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres. Inclusive quando nasceu seu primeiro filho, seguido de outros dois, nossa santa não descuidou jamais das suas obras de caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir um convento em Halberstadt, do qual o Frei Rüdiger se tornou superior. A direção espiritual de Isabel passou, assim, a Conrado de Marburgo.


Uma dura prova foi o adeus ao marido, no final de junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do imperador Frederico II, recordando à sua esposa que esta era uma tradição para os soberanos de Turíngia. Isabel respondeu: "Não o impedirei. Eu me entreguei totalmente a Deus e agora devo entregar você também". No entanto, a febre dizimou as tropas e o próprio Ludovico ficou doente e morreu em Otranto, antes de embarcar, em setembro de 1227, aos 26 anos. Isabel, ao saber da notícia, sentiu tal dor, que se retirou em solidão, mas depois, fortificada pela oração e consolada pela esperança de voltar a vê-lo no céu, interessou-se novamente pelos assuntos do reino. Outra prova, porém, a esperava: seu cunhado usurpou o governo de Turinga, declarando-se verdadeiro herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa incompetente para governar. A jovem viúva, com seus três filhos, foi expulsa do castelo de Wartburg e começou a procurar um lugar para refugiar-se. Somente duas de suas donzelas permaneceram junto dela, acompanharam-na e confiaram os três filhos aos cuidados de amigos de Ludovico. Peregrinando pelos povoados, Isabel trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante este calvário, suportado com grande fé, paciência e dedicação a Deus, alguns parentes, que haviam permanecido fiéis a ela e consideravam ilegítimo o governo do seu cunhado, reabilitaram seu nome. Assim, Isabel, no início de 1228, pôde receber uma renda apropriada para retirar-se ao castelo familiar em Marburgo, onde vivia também seu diretor espiritual, Frei Conrado. Foi ele quem contou ao Papa Gregório IX o seguinte fato: "Na Sexta-Feira Santa de 1228, com as mãos sobre o altar da capela da sua cidade, Eisenach, onde havia acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e familiares, Isabel renunciou à sua própria vontade e a todas as vaidades do mundo. Ela queria renunciar a todas as suas possessões, mas eu a dissuadi por amor aos pobres. Pouco depois, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu em sua própria mesa os mais miseráveis e abandonados. Tendo eu a repreendido por estas coisas, Isabel respondeu que dos pobres recebia uma especial graça e humildade" (Epistula magistri Conradi, 14-17).



Podemos ver nesta afirmação certa experiência mística parecida com a vivida por São Francisco: de fato, o Pobrezinho de Assis declarou em seu testamento que, servindo os leprosos, o que antes era amargo se transformou em doçura da alma e do corpo (Testamentum, 1-3). Isabel transcorreu seus últimos 3 anos no hospital fundado por ela, servindo os doentes, velando com os moribundos. Tentava sempre levar a cabo os serviços mais humildes e os trabalhos repugnantes. Ela se converteu no que poderíamos chamar de mulher consagrada no meio do mundo (soror in saeculo) e formou, com outras amigas suas, vestidas com um hábito cinza, uma comunidade religiosa. Não é por acaso que ela é padroeira da Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.


Em novembro de 1231, foi vítima de fortes febres. Quando a notícia da sua doença se propagou, muitas pessoas foram visitá-la. Após cerca de 10 dias, ela pediu que fechassem as portas, para ficar a sós com Deus. Na noite de 17 de novembro, descansou docemente no Senhor. Os testemunhos sobre sua santidade foram tantos, que apenas quatro anos mais tarde, o Papa Gregório IX a proclamou santa e, no mesmo ano, consagrou-se a bela igreja construída em sua honra, em Marburgo.


Queridos irmãos e irmãs, na figura de Santa Isabel, vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos demais e criam o amor, a caridade. E dessa caridade nasce a esperança, a certeza de que somos amados por Cristo e de que o amor de Cristo nos espera e nos torna, assim, capazes de imitá-lo e vê-lo nos demais. Santa Isabel nos convida a redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e, assim, encontrar a verdadeira justiça e o amor, como também a alegria de que um dia estaremos submersos no amor divino, no gozo da eternidade com Deus. Obrigado.

Benedictus PP XVI


Fonte: http://www.franciscanos.org.br

sábado, 16 de outubro de 2010

A SOLIDARIEDADE EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Nos Escritos da Vida de São Francisco encontramos seu comentário sobre o sentido das bem-aventuranças evangélicas. Enfocando o tema da paciência, ele tomou uma das bem-aventuranças a qual diz: "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5,9).

Observando o sentido desta palavra de Jesus, São Francisco assim comentou: "O servo de Deus não pode saber quanta paciência e humildade tem em si mesmo, enquanto está satisfeito consigo. Quando, porém, chegar o tempo em que os que deveriam satisfazê-lo, fazem-lhe o contrário, quanta paciência e humildade aí tiverem, tanta tem e nada mais (in Fontes Franciscanas: Admoestações 13, p. 94). Assim, ser gente de paz, de paciência, humildade e solidariedade requer firmeza e perseverança nas circunstâncias de provação.

As bem-aventuranças franciscanas nos fazem descobrir a importância da paciência na vida de família, de comunidade-fraternidade e missão. Na primeira séria de reflexão que eu fazia sobre "Compartilhando com Você", aí comentei sobre o valor da paciência na vida familiar, comunitária e social. A idéia básica é esta: ser paciente é entrar em contato com o nosso ser profundo chamado de "eu espiritual", para nele sentir a paz cuja fonte é Deus. Portanto, é dessa Fonte que nascem paciência, humildade e solidariedade.

Nesse sentido, a Bíblia diz que "o SENHOR é paz" (Juízes 6, 24). Quem encontra essa paz no SENHOR é que pode ser e viver com paciência, humildade e solidariedade. Sendo assim, podemos dizer que a Solidariedade em São Francisco de Assis, nasceu do coração do Senhor DEUS de Abraão, de Isaac, de Jacó e de Jesus Cristo.

Portanto, é na divina Fonte da paz que podemos conseguir a força da paciência para enfrentar os desafios, dificuldades e sofrimentos; a graça da humildade para não sermos arrogantes, orgulhosos e prepotentes; a benção da solidariedade para sermos humanos, compreensivos e cooperadores com os pobres socialmente marginalidade no mundo da vida, onde a desigualdade choca a consciência da gente que deseja a paz.

Quando São Francisco saltou desse mundo desigual, ele se esforçou penitencialmente para cooperar com o resgate da dignidade do ser humano pobre, oprimido e humilhado. No contexto de seu tempo, o caminho que ele encontrou foi acolher e abraçar os pobres de Assis. Por isso, logo que ele organizou uma comunidade-fraternidade de irmãos, disse-lhes: "Os irmãos devem estar satisfeitos quando estão no meio de gente comum e desprezada, de pobres e fracos, de enfermos, leprosos e mendigos de rua" (Regra 1,9).

Onde São Francisco encontrou essa consciência de solidariedade? Nos livros? Nas ciências e tecnologia de ponta? Certamente não! Sem negar o cabedal da "sabedoria do mundo", penso que a solidariedade de São Francisco de Assis nasceu de sua intimidade com o Senhor e de sua inserção no mundo dos pobres.

Portanto, foi no terreno humano "de gente comum" do mundo, que São Francisco encontrou a semente de um novo mundo, para na sua missão agir com senso de amor, de solidariedade e fraternidade. E assim, foi em Deus, nos pobres e na natureza que o profeta e santo de Assis encontrou o segredo da paciência, da humildade e da solidariedade. Encontrando esses valores de humanização, ele, com seus irmãos e irmãs se espalharam pelo mundo da vida, dando Deus a todos "em espírito e verdade" (cf. João 4,23-24).

E aqui, esse "mundo da vida", significa o vasto meio ambiente da criação-natureza, a família, a comunidade, a sociedade e a humanidade. Foi dentro desse mundo de altos e baixos, que São Francisco, seus irmãos e irmãs procuraram viver e espalhar o espírito evangélico de paz, paciência, humildade e solidariedade.

E hoje, o que estamos fazendo para espalhar essa mesma mensagem, no mundo da vida atual? E você que é um romeiro, uma romeira de São Francisco tem se esforçado, penitencialmente, para cooperar com a paz e a solidariedade no mundo da vida? Lembre-se que esse mundo da vida é a natureza ao seu redor, sua família, sua comunidade, a sociedade e a humanidade.

É nesse mundo que, franciscanamente você pode dar Deus com paciência, humildade e solidariedade. E lembre-se: sem discriminar ninguém! Que SENHOR da nossa paz, nos abençoe na missão libertadora de dar Deus ao mundo da vida: com um sorriso espontâneo, um aperto de mão verdadeiro, um abraço sincero com afeto e amizade, uma atitude de presença solidária, um gesto de partilha... O que importa é ser criativo, criativa sem jamais perder o dom da paz e da esperança, nesse mundo atual da vida.


Colaborador: Frei Anízio Freire, OFM.

Fonte: http://www.paroquiadecaninde.com/noticias.php?ident=245#

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PAINEL COMEMORA 120 DE TRADIÇÃO NA FESTA DE SÃO FRANCISCO


Este ano estamos comemorando os 120 anos de procissão com o Painel de São Francisco das Chagas. Durante os festejos serão feitas várias homenagens ao painel, que todos os dias sairá de sua capela, ao lado da Basílica, em procissão pelas ruas da cidade até a Praça dos Romeiros onde é celebrada a novena.

A obra de arte que chegou a Canindé no ano de 1890, após a restauração da Matriz de São Francisco das Chagas, foi criado pelo padre Manoel Cordeiro da Cruz, na Itália.

Os moradores, romeiros e os frades franciscanos conduziram a obra de arte, pelas ruas de Canindé.

O Painel, que durante anos foi foco da devoção por São Francisco das Chagas sofreu algumas danificações provocadas pelo tempo. Em 1989, Maria Vieira, atualmente moradora do Bairro do Monte, foi responsável pela restauração desse símbolo devocional de Canindé.

A estampa que traz a imagem de São Francisco deixa a Casa dos Milagres três vezes ao ano. No mês de outubro, na festa de São Francisco das Chagas; no dia de 02 de agosto, quando a igreja comemora o Perdão de Assis e no dia 17 de setembro, data em que é celebrada a festa das Chagas de São Francisco.


Fonte: Trecho do Jornal O Santuário de São Francisco de Canindé, Edição Outubro/2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CELEBRAÇÃO SOLENE MARCA INÍCIO DA FESTA DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS

A festa de São Francisco as Chagas começou nesta quarta-feira (07/10), às 4h, com um missa solene presidida pelo frei João Amilton dos Santos, Pároco e Reitor do Santuário de Canindé.

O levantamento das bandeiras do Brasil, de Canindé e de São Francisco das Chagas marcou início das festividades. Mais de duas mil pessoas estavam presentes na celebração repleta de emoção e devoção ao santo protetor dos pobres e humildes, do povo de Deus. A missa foi transmitida ao vivo pela Rede Vida de Televisão, permitindo que os devotos espalhados pelo Brasil pudessem acompanhar a celebração.







No mesmo dia, o povo acompanhou a primeira procissão com o painel de São Francisco das Chagas, que está completando 120 anos. É tradição o painel sair no primeiro dia da festa e durante a novena realizada na Praça dos Romeiros.

A festa do padroeiro de Canindé será encerrada no dia 17 de outubro. Até lá são aguardadas mais de um milhão de pessoas. Durante todos os dias os devotos poderão acompanhar celebrações, novena e receber bênçãos dos franciscanos do Santuário.

Fonte e fotos: http://www.paroquiadecaninde.com/fotos.php?ident=108

sábado, 9 de outubro de 2010

CAMINHANDO JUNTOS PARA CONTROLAR A HANSENÍASE EM PERNAMBUCO

Foi este o tema da caminhada promovida pela Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife e a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e com o apoio de outras entidades, entre elas a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Eis as razões dessa iniciativa:

1. No inicio deste ano o projeto Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase, da Província Franciscana da Imaculada Conceição, com sede em São Paulo, levou ao Conselho Permanente da CNBB, em Brasília, o pedido para que se aproveitasse o dia 10/10/10 para se fazer uma campanha de divulgação e conscientização sobre a hanseníase, visto que nesse dia, um domingo, as leituras da liturgia e particularmente o evangelho seriam propícios para isso (Jesus e os dez leprosos, Lucas 17,11-19). A proposta foi acatada e feita a divulgação para todas as dioceses e paróquias da Campanha Nacional sobre a hanseníase no intuito de somar esforços com a sociedade e oferecer informações atualizadas, para superar os preconceitos e o estigma em relação a essa doença.

2. No Brasil, em 2009, foram diagnosticados 37.610 casos novos de hanseníase, sendo 2.669 em menores de 15 anos de idade, caracterizando uma situação de alta e muito alta endemicidade, respectivamente. No mesmo ano, em Pernambuco, se diagnosticou 3.204 casos, sendo 322 em menores de 15 anos, colocando o estado na condição de muito alta endemicidade na população geral e hiperendêmico em menor de 15 anos. Tais números expressam a necessidade de se programar estratégias e ações para o controle da doença no país e no estado. Face esse contexto e por comungar do mesmo ideal, a Pastoral da Saúde e a Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase – Secretaria Estadual de Saúde/PE, com o apoio de instituições como a Província Franciscana, Morhan, FENSG/UPE e municípios da região Metropolitana, unem forças para promoção da parceria: “Caminhando juntos para controlar a Hanseníase em Pernambuco”.


Às 8:00 teve início uma concentração, em frente à Basílica de N. Sra. do Carmo, no centro do Recife, animada pelo grupo de arte-educadores com a peça “Drª Gilca e os Anjos da Saúde” e um grupo de cânticos formado por frades franciscanos. Aos poucos foi crescendo a aglomeração e o envolvimento dos transeuntes e, através do carro de som, tomaram a palavra Dra. Ana Wylma Pinto Saraiva, Coordenadora do Programa de Prevenção, Vigilância e Controle da Hanseníase – SES/PE; Vandson Holanda, Coordenador da Pastoral da Saúde do Regional NE 2 da CNBB; Frei Marconi Lins, OFM, Ministro Provincial dos Franciscanos e Assessor Arquidiocesano da Pastoral da Saúde. Dom Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife e Bispo referencial da Pastoral da Saúde da CNBB Regional NE 2, esteve presente falando para o público presente e dando entrevista à imprensa. Foram distribuidos camisetas e bonés com o tema da caminhada e em pouco tempo mais de uma centena de pessoas formava uma aglomeração que cantava, dançava e entregava aos passantes, material de divulgação da campanha de controle da hanseníase em Pernambuco.

Às 10:00 foi iniciada a caminhada que percorreu algumas ruas centrais do Recife, terminando com uma celebração no Convento de Santo Antônio, sede da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Na celebração Dom Fernando Saburido leu o texto da cura dos dez leprosos do Evangelho segundo Lucas (17,11-19) e fez, em seguida, uma reflexão convocando a todos os que participaram da caminhada a serem multiplicadores das questões relativas à hanseniase:
Com o crescimento dos casos de hanseníase em nosso país e particularmente em Pernambuco, devemos conhecer a doença, divulgar seus sintomas, mostrar que é uma doença que tem cura e combater o preconceito que ela causa.

No final da celebração, todos acompanharam Dom Fernando rezando o compromisso: Altíssimo e bom Senhor, Deus da vida e Senhor da História, queremos terminar esta manhã de mobilização, de caminhada e de escuta de Tua Palavra, assumindo o compromisso de trabalhar pela conscientização da população de nosso país sobre a grave situação da hanseníase entre nós, mostrando que é uma enfermidade que tem cura, seu tratamento é gratuito, mas o desconhecimento dos sinais da doença e, sobretudo o preconceito, podem retardar o seu controle e eliminação. Iluminados por Tua Palavra, queremos nos unir e, por gestos concretos, proclamar que queres que tenhamos vida e vida abundante. Amém!

Com esta caminhada e a participação dos frades, consolida-se o projeto Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, aqui em nossa Província. Depois daremos mais informações sobre o projeto em nossa Província.

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO, FREI MARCONI!


Celebrar a vida é sempre um presente de DEUS, por isso estamos felizes em saber que o nosso Provincial está completando mais uma primavera. A data não podia ser outra, dia em que celebramos o Pai da Ordem do Frades Menores. Somos felizes em ter um amigo e irmão na Ordem Franciscana. Frei Marconi, que Deus o abençõe e ilumine na sua caminhada, dando-lhe força e coragem para continuar seguindo os passos de Francisco à frente da Província. Receba o nosso abraço fraterno neste dia especial para o senhor, Província e para todos nós.

FELICIDADES!

NA SOLENIDADE DE NOSSO PAI FRANCISCO DE ASSIS

Caros confrades, irmãos e irmãs que encontrei nas estradas da vida por causa de Cristo e de Seu servo Francisco de Assis,
Paz e Bem!

Na passagem dos 784 anos do trânsito de nosso irmão e pai Francisco de Assis, alegra-nos imensamente a força com que o seu testemunho de vida continua vivo na Igreja e no mundo! No início deste ano o papa Bento XVI, chamou Francisco de “ícone viva de Cristo” e lembrou que Dante Alighieri, grande poeta italiano, em sua obra A Divina Comédia, se refere ao nascimento do Poverello dizendo: “Nasceu para o mundo um sol”.

Em todos os âmbitos da sociedade, Francisco se faz presente convocando-nos para a
convivência fraterna e reconciliada, quando lembramos fatos de sua vida: o encontro com os ladrões, com os leprosos, com o lobo de Gubbio, com o sultão Melek-el-Kâmel, no Egito, num tempo de enfrentamento e intolerância entre cristãos e mulçumanos! Antes de sua morte buscou reconciliar o bispo e o prefeito de Assis, enviando seus frades a proclamarem a força do perdão contida num dos versos de seu Cântico do Irmão Sol!

Sua vida e seu testemunho surgem atuais neste tempo em que vemos crescer o número de pobres, a xenofobia, o fundamentalismo religioso, a intolerância e o preconceito entre pessoas e grupos em muitas partes do mundo. Francisco continua sendo lembrado também como precursor dos que buscam proteger o meio ambiente e todas as formas de vida em nosso planeta. É celebrado como padroeiro da ecologia, por seu jeito fraterno de se relacionar e de chamar todas as criaturas de “irmãs” e “irmãos”, convidando-nos a reverenciar e amar todos os seres animados e inanimados por terem sidos criados pelo Altíssimo Deus!

Onde Francisco encontrou esta força espiritual, fraterna e moral que continua fascinando a todos nós? Talvez uma afirmação de seu primeiro biógrafo Tomás de Celano nos dê uma pista segura para encontrarmos a resposta: “Francisco era um homem transformado não só em orante mas na própria oração” (cf. 2 C 95). Ele fez uma experiência de Deus que transformou radicalmente sua vida, e essa experiência ele expressa de forma muito viva em seu testamento dizendo: “...o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho” (cf. Test 14).

Outro traço marcante da vida de Francisco que o faz tão conhecido e estimado é sua disposição para caminhar entre homens e mulheres anunciando a mensagem de conversão, de paz e de bem que constitui próprio o Evangelho: “Durante dezoito anos completos, seu corpo não tivera quase nenhum descanso, pois tinha andado por várias e extensas regiões, lançando por toda parte as sementes da palavra de Deus com aquele espírito decidido, devoto e fervente que nele residia. Tinha enchido a terra inteira com o Evangelho de Cristo: num só dia chegava a passar por quatro ou cinco povoados, ou mesmo cidades, anunciando a todos o Reino de Deus, e edificando os ouvintes tanto pela palavra como pelo exemplo, pois toda a sua pessoa era uma língua que pregava” (cf.1C 97).

É esta herança humana e espiritual que nos deixou Francisco de Assis que devemos traduzir apaixonadamente em gestos concretos em nossas fraternidades, em nossas famílias, em nossa presença e atuação na Igreja e na sociedade! E Francisco de Assis continuará sendo uma presença viva na história humana também através daqueles que se dizem e se deixam chamar de franciscanos!

Boas Festas de nosso seráfico pai Francisco!
“O Senhor lhes dê a Paz!”

Recife, 03 de outubro de 2010.


Frei Marconi Lins, ofm
Ministro Provincial

Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
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