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quinta-feira, 12 de maio de 2011

MEMÓRIA DE FREI BENTO (no Dia Mundial do Enfermeiro, nossa homenagem aos Profissionais da Saúde que cuidaram de nosso confrade)

Ao celebrarmos a ressureição do Senhor, hoje também queremos renovar a certeza da ressureição que nos é conferida a todos aqueles e aquelas que repousam em Cristo a sua esperança. Nosso confrade Frei Bento, que adormeceu nesta vida nos deixa marcas profundas de sua existência nesta cidade terrena. Inspirado pelo vigor evangélico de Francisco de Assis deixou sua pátria, e aqui nas terras brasileiras estabeleceu o cerne de viver a sua vocação como missionário franciscano. Pouco conheço a história deste homem, mas o que conheço relembro com ousadia. O marcante fora sua dedicação de vinte e cinco longos anos entre os índios Tiriyó, missão árdua e bem desafiadora. Logo após estes anos nosso confrade foi transferido para a cidade do Recife, mas por forças de adaptação pediu transferência para um região interiorana. O certo é que ao longo destes últimos meses, frei Bento tornou-se membro desta fraternidade por motivo de restabelecimento de sua saúde. Parece-me que depois de uma longa missão foi dada a hora de subir a montanha, a do calvário. Lembro-me do dia em que fomos interná-lo e sua esperança em querer logo restabelece-se a para retornar ao convívio da comunidade de Mutuca, lugar onde o nosso confrade realizou sua última missão pastoral junto ao povo de Deus. Esperança esta que permeou o coração dele durante sua estadia no hospital. Acredito que sua missão também não se acabou no hospital, pelo contrário ela se intensificou. Ao chegar ao hospital todos já sabiam da presença do frade, bom era a hora do passeio pelos corredores todos paravam para cumprimentá-lo e ao mesmo tempo ele retribuía com palavras de ânimo ou pelo seu sorriso. Aos confrades desta casa que tiveram a oportunidade de conviver mais diretamente com ele, ele mesmo disse um dia: “estamos tendo a chance de nos conhecer melhor.” Várias vezes tivemos a oportunidade de partilhar a vida, sobretudo a de consagrados às vezes com o olhar humano e outras mais eficazes com olhar do Espirito. Não temos sombra de dúvidas que o calvário de frei Bento é um apelo à nossa conversão e por isso a nossa fraternidade é agradecida ao Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor por termos sido instrumentos de cuidado e afeto. Quantas vezes nós frades jovens, ao raiar de um novo dia, após termos passado a noite com ele no hospital, dizíamos: Frei temos que ir, ao que Ele respondia: É o jeito! Queremos enquanto fraternidade provincial confiar ao Bom pastor a alma deste nosso irmão, que ousou viver o Evangelho. Ao mesmo tempo confiamos a Deus a vida dos agentes de saúde que se dedicaram no cuidado profissional de nosso confrade, e de maneira especial a nossa amiga Rejane. E tantos irmãos, amigos e conhecidos que direta e indiretamente trilharam conosco este caminho. E por fim, já em uma das últimas noites em um conversa com ele, o própria dizia: “resta acreditar nas possibilidades do coração.” Paz e Bem!

Frei Dennys Santana Ferreira, OFM
Convento de Santo Antônio do Recife

2 comentários:

  1. Falar desta figura que foi Frei Bento é sempre uma alegria, acabou de ler este relato sobre ele e a cada linha relembro das minhas conversas com o mesmo, ele com aquele jeitão de ser, sempre simpático e disposto a ouvir. Este de fato foi um dos maiores frandes que passou por minha vida. Por fim como muitas vezes falei a ele “ O senhor é o cara”.

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  2. Vai, Bento!
    Continua vivendo a Fraternidade. Agora, que a Irmã Morte te visitou, ficou mais fácil meu irmão.
    Vai, continua Bento!
    Que o Senhor tenha pena de nós e dê outros Bentos para promover a Paz e o Bem!

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