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segunda-feira, 16 de maio de 2011

MARIA MODELO DE VIDA CRISTÃ

Todos os anos, no mês de maio, nós católicos fazemos nossos louvores a Maria, mãe de Jesus, através da recitação do terço em família, novenas, procissões e a tradicional coroação de Nossa Senhora. Mas não é só no mês a ela dedicado que celebramos seus louvores e meditamos sobre o seu papel no plano da Salvação. Todos os dias, em vários momentos, lembramos que ela está intimamente ligada à missão salvadora de Seu Filho Jesus Cristo. Às 6 da manha, ao meio dia e às 18 horas rezamos a bela oração do Angelus Domini e, no tempo pascal, o Regina Cæli. Todas as manifestações de louvor e as orações a Maria, situam-se no contexto da pessoa de Jesus Cristo, razão de ser da grandeza humana e espiritual da Virgem Maria.

É impossível separar Maria de Jesus nem se pode conhecer a pessoa do Salvador do mundo ignorando aquela que, pelo querer do Pai e pela força do Espírito Santo, é a mãe do Verbo encarnado.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, percebe-se um questionamento e uma reflexão que vai crescendo sobre o significado da vida e missão de Maria, a Mãe do Senhor, dentro do plano salvífico de Deus e da vinda do Messias prometido.

Ao longo da história do cristianismo, houve momentos em que a devoção à Virgem Maria sofreu certos exageros (“maximalismos mariológicos”) logo corrigidos pelo Magistério da Igreja. O Concílio Vaticano II, ocorrido entre os anos de 1962-1965, coloca com beleza e sabedoria os indicadores bíblicos e doutrinais do papel de Maria no plano da salvação, bem como de nossa devoção à Virgem Maria. Assim, no documento conciliar chamado “Lumen Gentium” que trata sobre a Igreja, o capítulo oitavo é dedicado a Maria e tem por título: “A Bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja”.

O que importa para nós é que ao abrirmos as Sagradas Escrituras, deparamo-nos com textos que mostram claramente a importância e o lugar da Virgem Maria no plano salvífico de Deus. Ela foi escolhida para ser Mãe do Filho do Altíssimo por que vivia na fé de Abraão e esperava a vindo do Messias prometido; ela participava da situação de opressão do povo de Israel, submetido ao poder do Imperador Romano, mas acreditava na libertação prometida por Deus e proclamada pelos profetas; ela estava disposta a dar sua colaboração para realizar as promessas de Deus. Tudo isso abriu seu coração e a sua vida toda para o mistério da Encarnação de Jesus.

Maria é mãe de Deus, pois Jesus é o Verbo, o Emanuel, o Deus conosco. Eis a razão de nosso amor e veneração a esta mulher muito especial. Ela é a Virgem atenta, ouvinte e obediente à Palavra de Deus. É a Virgem do Sim incondicional à vontade de Deus. Por isso, com muita precisão assim se expressa o último documento da Igreja sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, fruto do Sínodo sobre a Palavra de Deus, ocorrido em 2008: “No nosso tempo, é preciso que os fiéis sejam ajudados a descobrir melhor a ligação entre Maria de Nazaré e a escuta crente da Palavra divina... Ela é a figura da Igreja à escuta da Palavra de Deus que nela se fez carne. Maria também é símbolo da abertura a Deus e aos outros; escuta ativa, que interioriza, assimila, na qual a Palavra se torna forma de vida” (V.D., nº 27).

Para São Francisco que procurou viver o Evangelho radicalmente, Maria é a Virgem feita Igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que a consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito. Nela residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem (cf. SMD).

Aprofundemos a compreensão do mistério da Mãe do Senhor e vivamos uma devoção mariana enraizada no Evangelho e proclamemos com uma fé amadurecida a profecia da Virgem Maria: “De agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).

Frei Marconi Lins, OFM

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