No dia 1º de janeiro, em sua mensagem ao mundo, na Praça de São Pedro, durante a oração do Angelus, o papa Bento XVI, manifestou seu desejo de estar em Assis, cidade de São Francisco, para comemorar o 25º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o papa João Paulo II, convocou e realizou no dia 27 de outubro de 1986.
João Paulo II com seu entusiasmo e carisma, convocou os líderes de todas as grandes religiões do mundo para uma jornada de oração pela paz do mundo, justamente na cidade onde nasceu São Francisco, Assis, na região da Úmbria, Itália. Este acontecimento que está para completar 25 anos, ficou conhecido como “o espírito de Assis”. Realmente, é impossível lembrar São Francisco ou visitar a pequena Assis, sem evocar a paz, tão cantada, rezada e vivida por ele.
A vida de nosso querido santo de Assis, nos mostra muitas passagens em que ele fala da paz como um dom precioso que nos foi dado pelo próprio Cristo, o Príncipe da paz. Isso afirma São Francisco em sua 15ª Admoestação aos seus frades: “Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus’ (Mt 5,9). São verdadeiramente pacíficos os que, no meio de tudo quanto padecem neste mundo, se conservam em paz, interior e exteriormente, por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Nós franciscanos e todos os que conhecem algo da vida de São Francisco, sempre recordamos a saudação que ele nos pediu que usássemos ao saudar as pessoas e que tem sua origem na saudação que Jesus dá a seus discípulos para a missão: “O Senhor te dê a paz!” Assim Francisco nos fala em seu Testamento: “Como saudação, revelou o Senhor que disséssemos: ‘O Senhor te dê a paz” (Test 6,23). Já a outra saudação franciscana hoje muito difundida e usada por muita gente – “Paz e Bem” - tem suas origens no costume do povo de Assis, talvez influenciado pelo ensinamentos do Mestre Rufino (bispo de Assis, na época em que São Francisco nasceu), que escrevera um tratado, "De Bono Pacis" - "O Bem da paz" .
A paz para São Francisco não é uma palavra que se pronuncia, mas um dom que se recebe do Altíssimo Senhor e que se transforma em compromisso, num modo de viver entre as pessoas – todos filhos e filhas de Deus, e com toda a criação. A paz nos leva a fazer o bem que de Deus recebemos.
No final de sua existência terrena, São Francisco compôs o Cântico do Irmão Sol para reconciliar o bispo e o prefeito de Assis que estavam brigados, acrescentando a estrofe que diz: “Louvado sejas, meu Senhor, por aqueles que perdoam pelo teu amor, e suportam enfermidade e tribulação. Bem-aventurados aqueles que as suportarem em paz porque por ti, Altíssimo, serão coroados”.
Vamos desde agora, nos preparar com a Ordem Franciscana e com a Igreja para celebrar os 25 anos do Espírito de Assis, a jornada mundial de oração celebrada por João Paulo II e os líderes das grandes religiões, no dia 27 de outubro de 1986, junto à igrejinha da Porciúncula, berço de nossa Ordem e lugar onde Francisco terminou seus dias neste mundo.
Proponho que você escreva e coloque em lugar visível, a seguinte afirmação: “Hoje, aonde quer que eu vá, quero ser portador do dom da paz que do Senhor recebi”. Desse modo, todos os dias, você estará se preparando para celebrar conosco o jubileu do “Espírito de Assis” em outubro deste ano. Paz e Bem!
Frei Marconi Lins, OFM
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