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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

“O NATAL ENSINA A SERMOS PEQUENOS E POBRES COM OS POBRES”


Cidade do Vaticano – Apesar do frio de 3 graus, milhares de peregrinos acorreram à Praça São Pedro nesta quarta-feira para participar da última Audiência Geral de 2013 com o Papa Francisco. Antes da Catequese o Papa percorreu a Praça, descendo diversas vezes do Jeep, beijando crianças encasacadas e saudando todos os presentes. Mais de 1,5 milhão de peregrinos participou das 30 Audiências com o Papa Francisco em 2013, segundo informou a Prefeitura da Casa Pontifícia. 

O “Natal de Jesus, a festa da confiança e da esperança, que supera a incerteza e o pessimismo”, foi o tema da reflexão do Santo Padre. Ao iniciar sua catequese, Francisco disse que a “razão da nossa esperança é Deus que está conosco e confia ainda em nós”, explicando que pelo fato de Deus estar junto ao homem “que transcorre os seus dias na tristeza e na alegria”, “a terra não é mais somente um ‘vale de lágrimas’, mas é um local onde Deus mesmo fixou a sua tenda, é o lugar de encontro de Deus com o homem, da solidariedade de Deus com o homem”. 

A seguir, o Papa observou que Deus demonstrou de modo insuperável a sua inclinação misericordiosa e plena de amor para com as criaturas ao fazer-se presença entre os homens. Mas alguma coisa surpreende: 

“A presença de Deus em meio à humanidade não se deu em um mundo ideal, idílico, mas neste mundo real, caracterizado por tantas coisas boas e ruins, marcado por divisões, maldades, pobreza, prepotência e guerras. Ele escolheu habitar na nossa história assim como é, com todo o peso dos seus limites e dos seus dramas”. 

O Natal de Jesus – disse o Papa – é a manifestação em que Deus colocou-se do lado do homem de uma vez por todas, para salvar-nos, para nos levantar do pó das nossas misérias, das nossa dificuldades, dos nossos pecados”. E disto vem o grande presente do Menino de Belém: 

”Uma energia espiritual que nos ajuda a não nos deixa abater pelos nossos cansaços, nossos desesperos, nossas tristezas, porque é uma energia que aquece e transforma o coração. O nascimento de Jesus, de fato, nos traz a bela notícia de que somos amados imensamente e singularmente por Deus, e este amor não somente o faz conhecer, mas o dá, o comunica”. 

O Santo Padre fez duas considerações que emanam da contemplação alegre do mistério do Filho de Deus nascido por nós: 

“A primeira é que – se no Natal Deus se revela não como alguém que está no alto e que domina o universo, mas como Aquele que se rebaixa, vem à terra pequeno e pobre – significa que para sermos parecidos com Ele não devemos nos colocar acima dos outros, mas sim abaixarmo-nos, colocarmo-nos a serviço, nos fazer pequenos com os pequenos e pobres com os pobres. Mas, é uma coisa feia quando se vê um cristão que não quer rebaixar-se, que não quer servir, um cristão que quer se exibir sempre. Este não é cristão, este é um pagão! O cristão serve, se rebaixa…”. 

Ao falar da segunda consideração, Francisco explicou que se Deus, por meio de Jesus, quis envolver-se com o homem a ponto de tornar-se como um dele, “qualquer coisa que fizermos a um irmão ou a uma irmã, estaremos fazendo a Ele mesmo”, fazendo referência às palavras de Jesus citadas no Evangelho de São Mateus, onde fala que “quem tiver alimentado, acolhido, visitado, amado a um dos pequeninos e dos pobres entre os homens o terá feito ao Filho de Deus”. 

Ao concluir sua reflexão, o Papa pediu, pela materna intercessão de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa, que possamos neste Natal “reconhecer na face do próximo, especialmente dos mais fracos e marginalizados, a imagem do Filho de Deus feito homem”. 

Após a catequese os Papa saudou os peregrinos de diversos países presentes na Audiência. A um grupo de brasileiros falou: 

“Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos, em particular para os fiéis brasileiros de Chapecó, com votos de um santo Natal repleto de consolações e graças do Deus Menino. Nos vossos corações, famílias e comunidades, resplandeça a luz do Salvador, que nos revela o rosto terno e misericordioso do Pai do Céu. Ele vos abençoe com um Ano Novo sereno e feliz!” 

ANIVERSÁRIO COM OS SEM-TETO 

O Papa Francisco hospedou na missa do dia de seu aniversário, 17 de dezembro, quatro pessoas sem-teto e todo o pessoal que trabalha na Casa Santa Marta, aonde reside. Todos foram convidados também para o café da manhã com ele, no refeitório da residência. 

Os quatro mendigos, que vivem nas ruas vizinhas ao Vaticano, foram apresentados ao Papa pelo elemosineiro, Dom Konrad Krajewski. A Santa Sé divulgou uma nota informando que a celebração se realizou em um clima “particularmente familiar”, atendendo a um desejo do aniversariante. 

Na missa também estavam presentes o Secretário de Estado, Dom Pietro Parolin, que atualmente reside na Casa Santa Marta, e o decano do colégio cardinalício, Dom Angelo Sodano, que concelebrou com o Papa. 

O Evangelho do dia, abordando a genealogia e os nomes dos antepassados de Jesus, deu oportunidade ao Papa para citar no curso de sua homilia os nomes de vários funcionários presentes. Depois da missa, como sempre, Francisco cumprimentou todos pessoalmente. 

Antes de se dirigirem ao refeitório para o café da manhã, entoaram juntos um coro de “Parabéns a você” pelos 77 anos do Pontífice. 

AGENDA DO PAPA NO NATAL 

O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice publicou nesta quarta-feira (18) o calendário das celebrações que o Papa Francisco presidirá durante o Natal 2013-2014. Este é o programa previsto: 

Na solenidade do Natal do Senhor, 24 de dezembro, às 21h30, o Santo Padre celebrará a missa do Galo na Basílica de São Pedro. E o no dia seguinte, Natal, o Papa dará a bênção “Urbi et Orbi”, às 12hs, da varanda central da basílica vaticana. 

Na terça-feira, 31 de dezembro, às 17hs, na Basílica de São Pedro, o Papa presidirá as primeiras vésperas e o Te Deum em ação de graças pelo ano que passou. 

A primeira celebração de 2014 será no mesmo 1 de Janeiro, por ocasião da solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus e da XLVII Jornada Mundial da Paz. Francisco celebrará a Eucaristia às 10h da manhã na basílica vaticana. Enquanto Segunda-feira 6 de janeiro, solenidade da Epifania do Senhor, o santo padre também presidirá a santa missa, às 10h, na basílica de São Pedro. - 

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=52302#sthash.Y49ILqEP.dpuf

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O SIGNIFICADO DE MANDELA PARA O FUTURO DA HUMANIDADE


Leonardo Boff (*) 

Nelson Mandela, com sua morte, mergulhou no inconsciente coletivo da humanidade para nunca mais sair de lá porque se transformou num arquétipo universal, do injustiçado que não guardou rancor, que soube perdoar, reconciliar pólos antagônicos e nos transmitir uma inarredável esperança de que o ser humano ainda pode ter jeito. Depois de passar 27 anos de reclusão e eleito presidente da África do Sul em 1994, se propos e realizou o grande desafio de transformar uma sociedade estruturada na suprema injustiça do apartheid que desumanizava as grandes maiorias negras do pais condenando-as a não-pessoas, numa sociedade única, unida, sem discriminações, democrática e livre. 

E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do perdão e da reconciliação. Perdoar não é esquecer. As chagas estão aí, muitas delas ainda abertas. Perdoar é não permitir que a amargura e o espírito de vingança tenham a última palavra e determinem o rumo da vida. Perdoar é libertar as pessoas das amarras do passado, é virar a página e começar a escrever outra a quatro mãos, de negros e de brancos. A reconciliação só é possível e real quando há a admissão completa dos crimes por parte de seus autores e o pleno conhecimento dos atos por parte das vítimas. A pena dos criminosos é a condenação moral diante de toda a sociedade.

Uma solução dessas, seguramente originalíssima, pressupõe um conceio alheio à nossa cultura individualista: o ubuntu que quer dizer: “eu só posso ser eu através de você e com você”. Portanto, sem um laço permanente que liga todos com todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de dilaceração e de conflitos sem fim. 

Deverá figurar nos manuais escolares de todo mundo esta afirmação humaníssima de Mandela: “Eu lutei contra a dominação dos brancos e lutei contra a dominação dos negros. Eu cultivei a esperança do ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas e em harmonia e têm oportunidadades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer”. 

Por que a vida e a saga de Mandela fundam uma esperança no futuro da humanidade e de nossa civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma conjunção de crises que pode ameaçar o nosso futuro como espécie humana. Estamos em plena sexta grande extinção em massa. Cosmólogos (Brian Swimm) e biólogos (Edward Wilson) nos advertem que, a correrem as coisas como estão, chegaremos por volta do ano 2030 à culminância desse processo devastador. Isso quer dizer que a crença persistente no mundo inteiro, também no Brasil, de que ocrescimento econômico material nos deveria trazer desenvolvimento social, cultural e espiritual é uma ilusão. Estamos vivendo tempos de barbárie e sem esperança. 

Cito o o insuspeito Samuel P. Huntington, antigo assessor do Pentágono e um analista perspicaz do processo de globalização no término de seu O choque de civilizações: “A lei e a ordem são o primeiro pré-requisito da civilização; em grande parte no mundo elas parecem estar evaporando; numa base mundial, a civilização parece, em muitos aspectos, estar cedendo diante da barbárie, gerando a imagem de um fenômeno sem precedentes, uma Idade das Trevas mundial, que se abate sobre a Humanidade”(1997:409-410). 

Acrescento a opinião do conhecido filósofo e cientista político Norberto Bobbio que, como Mandela, acreditava nos direitos humanos e na democracia como valores para equacionar o problema da violência entre os Estados e para uma convivência pacífica. Em sua última entrevista declarou: “Não saberia dizer como será o Terceiro Milênio. Minhas certezas caem e somente um enorme ponto de interrogação agita a minha cabeça: será o milênio da guerra de extermínio ou o da concórdia entre os seres humanos? Não tenho condições de responder a esta indagação”. 

Face a estes cenários sombrios Mandela responderia seguramente, fundado em sua experiência política: sim, é possível que o serhumano se reconcilie consigo mesmo, que sobreponha sua dimesão de sapiens à aquela de demens e inaugure uma nova forma de estar juntos na mesma Casa. 

Talvez valham as palavras de seu grande amigo, o arcebispo Desmond Tutu, que coordenou o processo de Verdade e Reconciliação: “Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correções, viremos agora a página — não para esquecer esse passado, mas para não deixar que nos aprisionepara sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova sociedade em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito, criadas à imagem de Deus”. 

Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós ainda viveremos se sem discriminações concretizarmos de fato o Ubuntu. 

(*) Leonardo Boff escreveu Cuidar da Terra, proteger a vida: comoevitar o fim do mundo, Record, Rio 2010. - Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=51666#sthash.thlX8zJ3.dpuf

domingo, 24 de novembro de 2013

FREI AQUINO PARTE PARA A CASA DO PAI

Faleceu na noite deste domingo (24/11), na cidade de Fortaleza, Frei Aquino Rodrigues Torres, OFM. Há alguns meses Frei Aquino encontrava-se internado e vinha apresentando um quadro clínico que se agravava dia-a-dia. 

Natural da cidade de Ipú-CE, Frei Aquino tinha 77 anos. Ingressou na Ordem dos Frades Menores recebendo o hábito franciscano em 1958 e ordenando-se seis anos depois. Seu apostolado foi profícuo na missão, na qual se dedicava mesmo estando suas forças físicas já insuficientes. 


Marcava o povo de Deus por onde passava. Tinha verdadeira paixão por São Francisco e pelo família franciscana, conquistando a simpatia de todos por seu jeito simples e profundo. 

A Celebração Eucarística e exéquias acontecerá amanhã, dia 25/11, às 11 horas na Matriz de Nossa Senhora das Dores (Otávio Bonfim – Fortaleza). 

Frei Aquino Rodrigues Torres, OFM 

 * 05.03.1936 + 24/11/2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"DEUS REPREENDE-NOS COM UMA CARÍCIA”, DIZ PAPA FRANCISCO


Cidade do Vaticano – Confiemos em Deus como uma criança confia nas mãos do seu pai. Esta a mensagem principal da homilia de Papa Francisco na missa desta terça (12/11) na Casa de Santa Marta. O Santo Padre desenvolveu a sua meditação partindo da Primeira Leitura retirada do Livro da Sabedoria: “A inveja do diabo” – disse o Papa – “fez com que se iniciasse este caminho que acaba com a morte”. Mas, nós estamos nas mãos de Deus desde o início: 

“Todos devemos passar pela morte, mas uma coisa é passar por esta experiência com uma pertença ao diabo e uma outra coisa é passar por esta experiência na mão de Deus. E eu gosto de ouvir isto: Estamos nas mãos de Deus desde o início. A bíblia explica-nos a Criação usando uma imagem bela: Deus que, com as suas mãos, nos faz da lama, da terra, à sua imagem e semelhança. Foram as mãos de Deus que nos criaram: o Deus artesão! Como um artesão fez-nos. Estas mãos do Senhor… As mãos de Deus, que não nos abandonaram”. 

“O nosso Pai, como um Pai ao próprio filho, ensina-nos a caminhar. Ensina-nos a ir pelo caminho da vida e da salvação. São as mãos de Deus que nos acariciam nos momentos de dor, confortam-nos. É o nosso Pai que nos acaricia! Gosta tanto de nós. E também nestas carícias tantas vezes está o perdão. Faz-me bem pensar nisto. Jesus, Deus, trouxe consigo as suas chagas: mostra-as ao Pai. Este é o preço: as mãos de Deus são mãos chagadas por amor! E isto consola-nos tanto”, acrescentou. 

“As mãos de Deus curam os males. Nas mãos de Deus – disse o Papa Francisco – estamos em máxima segurança:“Pensemos nas mãos de Jesus quando tocava os doentes e os curava… São as mãos de Deus: curam-nos! Eu não imagino Deus a dar-nos uma bofetada! Não imagino. A repreender-nos, sim, imagino. Mas não nos fere! Fá-lo com uma carícia. Mesmo quando nos tem que repreender fá-lo com uma carícia, porque é Pai. São mãos chagadas que nos acompanham no caminho da vida. Confiemo-nos nas mãos de Deus, como uma criança confia na mão do seu papá. É uma mão segura aquela”. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DOIS ANOS DA WEB RÁDIO SANTO ANTÔNIO


No próximo dia 08 de novembro, a Web Rádio Santo Antônio estará completando DOIS ANOS NO AR, durante todo o dia terá uma programação especial para festejar este momento tão marcante. Convidamos você para sintonizar e juntos relembrarmos os momentos significativos que aconteceram neste tão pouco tempo, mas recheado de ricas experiências. 

A NOITE SERÁ ESPECIAL, pois, acontecerá o Programa às 20h, em comemoração ao aniversário deste tão atual instrumento de evangelização e partilha do carisma franciscano. Os Frades que fazem a programação diariamente já confirmaram presença. E Você? Espalhe esta boa noticia... Contamos com a sua web audiência para juntos “Enchermos a Terra com o Evangelho de Cristo”...

EQUIPE DA WEB RÁDIO

sábado, 2 de novembro de 2013

PROVÍNCIA DE SANTO ANTÔNIO ACOLHE IRMÃOS LEIGOS DE TODO O BRASIL

De Minas ou das pampas gaúchas, da Amazonas ou do Mato Grosso, os irmãos leigos de todo o país chegam para se encontrar no Convento de Ipuarana, que acolhe o III Encontro Nacional de Irmãos Leigos da Conferência dos Frades Menores do Brasil. 

A motivação de cada um dos frades pode ser diversa assim como diversas são suas realidades e sua missão. No entanto, como propõe o lema do encontro, eles buscam “um só corpo, uma só comunhão, uma só vocação, uma só missão: irmãos!”. Durante quatro dias os frades estarão refletindo sobre sua vocação religiosa laical e os desafios da evangelização. 

Na noite de abertura do encontro, depois de alimentar o espírito na simplicidade e beleza da oração coordenada pelos frades da Província da Santa Cruz (Minas Gerais), o Ministro Provincial da Província anfitriã (Santo Antônio do Brasil), Frei Marconi Lins, acolheu aos irmãos com as boas vindas. 

Retomar a caminhada dos encontros dos irmãos foi a proposta da primeira noite. Frei Luiz Augusto F. Lessa (Guto), OFM e Frei Tiago dos Santos, OFMCap encarregaram-se desse serviço, fazendo memória deste percurso histórico das duas ordens no Brasil (menores e capuchinhos). 

Acompanhe todos os momentos do III Encontro Nacional de Irmãos Leigos da CFMB através do blog: http://enilcfmb.blogspot.com.br/ 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"A TRANSFIGURAÇÃO NA MORTE", DE LEONARDO BOFF

Leonardo Boff (*) 

O dia dos mortos, dois de novembro, é sempre ocasião para pensarmos na morte. Trata-se de um tema existencial. Não se pode falar da morte de uma maneira exterior a nós mesmos, porque todos nós somos acompanhados por esta realidade que, segundo Freud, é a mais difícil de ser digerida pelo aparelho psíquico humano. Especialmente nossa cultura procura afastá-la, o mais possível, do horizonte, pois ela nega todo seu projeto assentado sobre a vida material e seu desfrute etsi mors non daretur, como se ela não existisse. 

No entanto, o sentido que damos à morte é o sentido que nós damos à vida. Se decidimos que a vida se resume entre o nascimento e a morte e esta detém a última palavra, então a morte ganha um sentido, diria, trágico, porque com ela tudo termina no pó cósmico. Mas se interpretarmos a morte como uma invenção da vida, como parte da vida, então não a morte mas a vida constitui a grande interrogação. 

Em termos evolutivos, sabemos que, atingido certo grau elevado de complexidade, ela irrompe como um imperativo cósmico, no dizer do prêmio Nobel de biologia Christian de Duve que escreveu uma das mais brilhantes biografias da vida sob o título Poeira Vital (1984). Mas ele mesmo assevera: podemos descrever as condições de seu surgimento, mas não podemosdefinir o que ela seja. 

Na minha percepção, a vida não é nem temporal, nem material, nem espiritual. A vida é simplesmente eterna. Ela se aninha em nós e, passado certo lapso temporal, ela segue seu curso pela eternidade afora. Nós não acabamos na morte. Transformamo-nos pela morte, pois ela representa a porta de ingresso ao mundo que não conhece a morte, onde não há o tempo mas só a eternidade. 

Consintam-me testemunhar duas experiências pessoais de morte, bem diversas da visão dramática que a nossa cultura nos legou. Venho da cultura espiritual franciscana. Nos meus quase 30 anos de frade, pude vivenciar a morte como São Francisco a vivenciou. 

A primeira experiência era aquela que, como frades, fazíamos toda sexta feira, às 19h30 da noite: “O exercício da boa morte”. Deitava-se na cama com hábito e tudo. Cada um se colocava diante de Deus e fazia um balanço de toda a sua vida, regredindo até onde a memória pudesse alcançar. Colocávamos tudo, à luz de Deus e aí, tranquilamente, refletíamos sobre o porquê da vida e o porquê dos zigue-sagues deste mundo. No final, alguém recitava em voz alta no corredor o famoso salmo 50 do Miserere no qual o rei Davi suplicava o perdão a Deus de seus pecados. E também se proclamavam as consoladoras palavras da epístola de São João: “Se o teu coração te acusa, saiba que Deus é maior do que o teu coração”. 

Éramos, assim, educados para uma entrega total, um encontro face a face com a morte diante de Deus. Era um entregar-se confiante, como quem se sabe na palma da mão de Deus. Depois, íamos alegremente para a recreação, tomar algum refresco, jogar xadrez ou simplesmente conversar. Esse exercício tinha como efeito um sentimento de grande libertação. A morte era vista como a irmã que nos abria a porta para a Casa do Pai. 

A outra experiência diz respeito ao dia da morte e do sepultamento de algum confrade. Quando morria alguém, fazia-se festa no convento, com recreação à noite com comes e bebes. O mesmo ocorria depois de seu sepultamento. Todos se reuniam e celebravam a passagem, a Páscoa e o Natal, o vere dies natalis (o verdadeiro dia do nascimento) do falecido. Pensava-se: ele na vida foi, aos poucos, nascendo e nascendo até acabar de nascer em Deus. Por isso havia festa no céu e na terra. Esse rito é sagrado e celebrado em todos os conventos franciscanos. 

O frade que deixou esse mundo, entrava na comunhão dos santos, está vivo, não é um ausente, apenas um invisível. Há celebração mais digna da morte do que esta inventada por São Francisco de Assis que chamava a todos os seres de irmãos e irmãs e também a morte de irmã? 

A percepção da morte é outra. As pessoas são induzidas a conviver com a morte, não como uma bruxa que vem e arrebata a vida, mas como a irmã que vem abrir a porta para um nível mais alto de vida em Deus. 

Cada cultura tem a sua interpretação da morte. Estive há tempos entre os Mapuches, no sul da Patagônia argentina, falando com os lomkos, os sábios da tribo. Eles têm bem outra compreensão da morte. A morte significa passar para o outro lado, para o lado onde estão os anciãos. Não é abandonar a vida, é deixar seu lado visível para entrar no lado invisível e conviver com os anciãos. De lá acompanham as famílias, os entes queridos e outros próximos, iluminando-os. A morte não tem nenhuma dramaticidade. Ela pertence à vida, é o seu outro lado. 

Poderíamos passar por várias outras culturas para conhecer-lhes o sentido da vida e da morte. Mas fiquemos no nosso tempo moderno. Há um filósofo que trabalhou positivamente o tema da morte: Martin Heidegger. Em sua analítica existencial afirma que a condição humana, em grau zero, é a de que somos um ser no mundo, este não como lugar geográfico, mas como o conjunto das relações que nos permitem produzir e reproduzir a vida. A condition humaine é estar no mundo com os outros, cheios de cuidados e abertos para a morte. A morte é vista não como uma tragédia e sim como a derradeira expressão da liberdade humana, enquanto o último ato de entrega. Essa entrega sem resto abre a possibilidade para um mergulho total na realidade e no Ser. É uma espécie de volta ao seio de onde viemos como entes mas que buscam o Ser. E finalmente, ao morrer, somos acolhidos pelo Ser. E aí já não falamos porque não precisamos mais de palavras. É o puro viver pela alegria de viver e de ser no Ser. Para o homem religioso, este Ser não é outro senão o Supremo Ser, o Deus vivo que nós dá a plenitude da vida. (*) 

Leonardo Boff escreveu Vida para além da morte, Vozes 2012.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

PAPA: “COM LICENÇA, DESCULPA, OBRIGADO!”


O Papa Francisco recordou neste domingo (14/10) uma regra simples, mas sempre esquecida, nas relações humanas, principalmente quando se trata da vida em família. Sua proposta é usar três palavras-chave: “com licença, desculpa, obrigado!” 

“Se numa família se dizem estas três palavras, a família caminha para frente. Com licença, desculpa lá, obrigado! Quantas vezes dizemos obrigado, em família?”, questionou o Papa em sua homilia na Praça São Pedro. 

A celebração eucarística neste domingo encerrou momentos intensos de oração diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que começaram ainda no sábado. 

O Santo Padre convidou a contemplar Maria à luz das Leituras da Missa, propondo “três realidades: - Deus surpreende-nos; Deus pede-nos fidelidade; e Deus é a nossa força. 

“Deus surpreende-nos. É precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o seu amor que nos salva, cura e dá força. Pede somente que sigamos a sua palavra e tenhamos confiança n’Ele. Esta é a experiência da Virgem Maria”, disse, referindo-se à primeira leitura. 

A segunda Leitura, em que São Paulo exorta Timóteo, a perseverar na fidelidade a Cristo, sugeriu ao Papa o pensamento: Deus pede-nos fidelidade para segui-Lo. 

“Muitas vezes é fácil dizer ‘sim’, mas depois não se consegue repetir este ‘sim’ todos os dias. Maria disse o seu ‘sim’ a Deus, um ‘sim’ que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos ‘sins’ pronunciados no seu coração tanto nos momentos felizes, como nos dolorosos… muitos ‘sins’ que culminaram no ‘sim’ ao pé da Cruz’, ensinou o Papa. 

Último ponto sublinhado por Francisco: Deus é a nossa força. Aludindo aos dez leprosos purificados por Jesus, no Evangelho, dos quais um só voltou a agradecê-Lo pela cura, o Papa advertiu: “É preciso saber agradecer, louvar o Senhor pelo que faz por nós.” Também aqui, Maria é um modelo perfeito. Visitando a sua prima Isabel, as primeiras palavras que profere são de ação de graças a Deus: “A minha alma enaltece o Senhor”, o Magnificat, um cântico de louvor e agradecimento a Deus, não só pelo que fez n’Ela, mas também pela sua ação em toda a história da salvação. Tudo é dom d’Ele; Ele é a nossa força! 

A concluir o Papa convidou a invocar a “intercessão de Maria, para que nos ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos-Lhe fiéis todos os dias, a louvá-Lo e agradecer-Lhe porque Ele é a nossa força.” 

O Papa Francisco rezou o seguinte “ato de entrega confiante” a Nossa Senhora de Fátima: 

“Bem-aventurada Virgem Maria de Fátima, com renovada gratidão pela tua presença materna, unimos a nossa voz à de todas as gerações que te proclamam bem-aventurada. 

Celebramos em ti as grandes obras de Deus, que nunca se cansa de inclinar-se com misericórdia sobre a humanidade afligida pelo mal e ferida pelo pecado, para curar e salvar. 

Acolhe com benevolência de Mãe o ato de entrega que hoje te fazemos confiadamente… 

Temos a certeza de que cada um de nós é precioso aos teus olhos… 

Acolhe nos teus braços a nossa vida, abençoa e reforça todos os desejos de bem; 

aviva e alimenta a fé; apoia e ilumina a esperança; suscita e anima a caridade, 

guia a todos nós no caminho da santidade. 

Ensina-nos o teu próprio amor de predileção pelos pequenos e pelos pobres, pelos marginalizados e pelos que sofrem, pelos pecadores e pelos extraviados do coração; Congrega todos sob a tua proteção e entrega todos ao teu dileto Filho, o Nosso Senhor Jesus”!. 

FÁTIMA NO VATICANO 

A Imagem de Nossa Senhora de Fátima, na sua chegada ao Vaticano, fez uma breve passagem pela residência do Papa Emérito Bento XVI, sendo depois recebida pelo seu sucessor, Papa Francisco, na Casa de Santa Marta. Às 17 horas de Roma teve início o momento de oração mariana. A seguir, foi receitado o terço e o Papa Francisco, na sua homilia, afirmou, desde logo, que “Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira crente. Como foi a fé de Maria?” O Papa Francisco apresentou três elementos fundamentais da fé da Mãe de Jesus: 

“O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado. O que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: “O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé” 

O Santo Padre deixou claro que quando não escutamos a Deus, não seguimos a Sua vontade e realizamos ações concretas em que demonstramos falta de confiança n’Ele – isto é o pecado –, forma-se uma espécie de nó dentro de nós. Estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e difícil de desatar. 

“Maria com o seu ‘sim’, abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai.” 

Em seguida, o Papa Francisco apresentou o segundo elemento da fé de Maria: 

“Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: “Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai”. 

“Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.” 

Crer em Jesus, continuou o Santo Padre, significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres. E avançou com o terceiro e último elemento da fé de Maria: 

“O último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria ‘avançou pelo caminho da fé’. Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha e sustenta.” 

Em que sentido a fé de Maria foi um caminho? – pergunta o Papa Francisco – e como resposta disse toda a vida de Maria foi seguir o seu Filho: Ele é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé – diz o Papa – é avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, é nada mais nada menos que seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os Seus próprios sentimentos e atitudes: humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. E o Santo Padre referiu um momento fundamental da fé de Maria e da nossa fé: 

“Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Este é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos difíceis, de escuridão? Tenho a alegria da fé?” 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

REFLEXÃO FEITA POR FREI MARCONI NA CELEBRAÇÃO DO TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO

Há 787 anos os frades e toda a família franciscana celebram na noite do dia 3 para o dia 4 de outubro o Trânsito de São Francisco, isto é, sua passagem da morte para a vida, sua Páscoa. Em Assis, na Itália, sua terra natal e em milhares de lugares pelo mundo afora, esta celebração é vivida por homens e mulheres que veem em São Francisco um homem que seguiu radicalmente Jesus Cristo, o Filho do Altíssimo Deus, e que fez do Evangelho sua norma de vida. 

Em Canindé a celebração da morte de São Francisco, seu Trânsito, sua páscoa é vivida de um jeito e com uma força muito próprios porque aqui, milhares de mulheres e homens, crianças, jovens e idosos, na sua maioria gente pobre e sofrida dão um testemunho de fé no poder de Deus e em Sua misericórdia que toca no coração de qualquer pessoa que esteja buscando de verdade sentido para sua vida. 

Do Ceará, do Maranhão e do Piauí, do Amazonas e do Pará, do Tocantins e do Acre, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, de Alagoas, da Bahia e de Sergipe e de outras Regiões de nosso imenso Brasil, romeiros e romeiras vêm a Canindé porque aqui, neste sertão cearense, de sol causticante se faz uma experiência de fé que tem suas raízes no caminho do povo da Bíblia, do povo de Israel que peregrinou por 40 anos pelo deserto, guiado por Moisés, até chegar à Terra Prometida por Deus. Aqui os romeiros e romeiras de São Francisco aprendem que apesar de todo sofrimento, da injustiça, da doença e da dor, a vida ganha sentido quando aceitamos o convite de Jesus para carregarmos com Ele a cruz que nos levará à vitória da Ressurreição e ao Reino dos Céus: “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me”. Francisco de Assis compreendeu o convite de Jesus, ouvindo a Palavra de Deus na Igreja, prestando atenção aos sinais de Deus, como na igrejinha em ruínas, em São Damião, nas proximidades de Assis, mas sobretudo no encontro com o irmão sofredor – o leproso - abandonado e injustiçado, no qual viu e reconheceu o próprio Cristo com quem devemos nos comprometer e fazer o bem, pois o próprio Jesus nos diz no Evangelho: “todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”(Mt 25,40). 

Os caminhos dos romeiros e das romeiras de São Francisco não são fáceis, mesmo para os que hoje já viajam de ônibus, pois quem vem a Canindé carrega as chagas de muitos sofrimentos, mas com a força da fé em Jesus Cristo que foi crucificado e chagado por nossos pecados, aprendem com São Francisco das Chagas que quem segue o Cristo pobre, humilde e crucificado encontra a verdadeira vida e a felicidade do céu, já neste mundo. Os verdadeiros romeiros e romeiras de São Francisco não vêm para um passeio, mesmo que na viagem façam amigos e experimentem a solidariedade fraterna ou que vejam em Canindé a beleza das celebrações na Basílica, na Gruta e na da Praça dos Romeiros e visitem o Mosteiro das Clarissas, a casa dos milagres, o zoológico, o museu, a estátua de São Francisco ou outro lugar interessante. Aqui os romeiros e romeiras reabastecem as forças da fé, ouvindo a Palavra de Deus, participando da Eucaristia, curando-se de seus pecados no sacramento da Confissão, percorrendo a via-sacra na qual lembramos o caminho da cruz salvadora de Jesus. 

Nesta noite, nesta celebração, queremos contemplar no homem católico e todo conformado ao Evangelho que foi Francisco de Assis, a força do Altíssimo e bom Senhor, que nos chama à santidade como chamou o pobrezinho de Assis. Ele levou a sério as palavras de Jesus no Sermão da Montanha: “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo”

No meio de toda a beleza da romaria a Canindé, encontramos vozes que se levantam querendo confundir a cabeça dos romeiros e romeiras de São Francisco dizendo: “Esse Chico não tem poder nenhum! Vocês estão buscando o poder de uma imagem feita pela mão humana!” 

Em Canindé, ouvimos a Palavra de Deus na qual Jesus nos dá o poder que Ele recebeu do Pai – o Espírito Santo – para que nós façamos as mesmas maravilhas que o Filho de Deus fez ao passar por este mundo fazendo o bem a todos e anunciando o Reino dos Céus. São Francisco está vivo em Canindé e continua apontando para o poder de Deus e de Seu Filho Jesus. Os romeiros e romeiras não vem a Canindé ver uma imagem feita pelas mãos humanas, mas sim o testemunho de um homem que no século XIII viveu radicalmente o Evangelho de Jesus e formou uma grande família religiosa feita de homens e mulheres que ainda hoje, em todas as partes do mundo, busca viver o ideal evangélico de Francisco de Assis. Até o papa, que escolheu o nome de Francisco disse que Francisco não é o nome do uma pessoa do passado, mas de um homem que seguiu os passos de Jesus com tal autenticidade que ainda hoje nos atrai para fazermos a mesma experiência de fé e de encontro com Jesus que ele fez há mais de 800 anos. 

Ninguém conseguirá acabar com a romaria de São Francisco das Chagas de Canindé, nem os que semeiam o joio no meio do trigo, nem os que dificultam a chegada dos romeiros e romeiras colocando pedras e barreiras nos caminhos difíceis e cheio de sacrifícios enfrentados pelos devotos e devotas de São Francisco das Chagas. 

Nesta noite, romeiros e romeiras, devotos e devotas de São Francisco das Chagas, aqui reunidos na Praça dos Romeiros, os que nos escutam pela rádio e os que nos veem pela internet, demos glória à Trindade Santa – Pai, Filho e Espírito Santo – acolhamos a mensagem do Evangelho e busquemos vivê-lo em nossas famílias, em nossas comunidades e em toda parte como fez Francisco de Assis há oito séculos. Viva Nosso Senhor Jesus Cristo! 

Viva a Igreja de Jesus Cristo! Viva São Francisco! Viva os Romeiros e Romeiras de São Francisco espalhados pelo mundo inteiro!

Festa de São Francisco das Chagas 2013
Canindé-CE

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

terça-feira, 8 de outubro de 2013

DEVOTOS SE DESPEDEM DA FESTA DO SANTO PADROEIRO

A Santa Missa na Quadra da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, no dia 04 de outubro, às 17h, celebrou o encerramento das festividades alusivas a São Francisco das Chagas de Canindé. 

Os romeiros, paroquianos, visitantes se despediram de mais um bonito momento de vivência cristã durante esses dias de festa. Foi uma alegria para todos que tiveram a oportunidade de estarem aqui, ou mesmo aqueles que nos acompanharam através dos meios de comunicação: nas emissoras de rádio, pela internet com a Web TV Paz & Bem e Site Santuário, ou mesmo pela televisão através da Rede Vida, o canal da família. 

Estiveram presentes na celebração de encerramento os frades, congregações religiosas, e muitos devotos que aproveitaram esse momento para experimentar da fonte da vida, do alimento espiritual que Francisco de Assis nos deixou há mais de oitocentos anos atrás, com uma mensagem de fraternidade, no seguimento ao Evangelho de Jesus Cristo, como caminho de luz para conquistarmos o Reino definitivo. 

O Ministro Provincial, Frei Marconi Lins de Araújo – OFM, no final da celebração agradeceu a presença de todos e destacou o trabalho da fraternidade franciscana a serviço do povo de Deus. 

Agradecemos a todos os irmãos romeiros, devotos, paroquianos, visitantes, frades, que fizeram desse momento uma partilha de vida; através de sua fé, uma fraternidade franciscana; através da vivência entre os pobres, numa cidade que respira o carisma franciscano. 

Que todos possam ter uma feliz viagem de volta a seus lares, e que possam ainda colocar em prática aquilo que puderam viver durante as atividades religiosas: nas celebrações, noites de novena, confissões, orações, vias-sacras…, por ocasião da Festa de São Francisco. 

Que Deus, São Francisco, Nossa Senhora, possa abençoar a cada um! A cada Romaria! A cada família!


SHOW MUSICAL TAMBÉM ANIMOU O ENCERRAMENTO

A cantora Joana esteve no encerramento com um show cultural no pátio da Basílica para uma multidão de fiéis, com lindas canções religiosas, inclusive a Oração de São Francisco, e ainda canções que marcaram sua carreira. 

A mesma relatou que é muito devota de São Francisco e de Nossa Senhora e que era um alegria estar em Canindé para prestigiar e dar sua colaboração para essa festa tão bonita de um Santo que foi um verdadeiro propagador do evangelho e testemunho da Palavra de Deus.


Viva nosso Deus da vida! Viva Jesus Cristo! Viva São Francisco!








Fonte: http://www.santuariodecaninde.com/noticias-destaques/devotos-se-despedem-festa-santo-padroeiro-veja-fotos/

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

NOSSOS PARABÉNS AO MINISTRO PROVINCIAL, FREI MARCONI LINS, OFM



Hoje a festa é em dose dupla! 


Comemoramos o dia do Pai Seráfico São Francisco de Assis e também do nosso amigo, irmão e Ministro Provincial dos Franciscanos, Frei Marconi Lins, OFM. 

Queremos desejar-lhe os nossos parabéns! Afinal, não é todos os dias que se faz 60 anos, não é? Que esse aniversário, seja o melhor da sua história, que todos os votos de felicidade, saúde, fé e amor, cheguem até seu lar, para que você consiga ser forte a cada amanhecer e vencer tudo que a vida colocar na sua estrada. 

Juntamo-nos à Família Franciscana para pedir ao Pai Seráfico que lhe conceda toda graça e todo bem para exercer seu sacerdócio e também seu Ministério Provincial. 

 FELICIDADES!!!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CARTA DO MINISTRO GERAL PARA A FESTA DE SÃO FRANCISCO


PERSEVEREMOS NA VERDADEIRA FÉ

Caríssimos irmãos, 
O Senhor vos dê a paz! 

Na solenidade de São Francisco queremos partilhar convosco a nossa vida e desejar-vos todo o bem em Deus, nosso Sumo Bem. Vivemos num tempo em que a mudança, muitas vezes utilizada como categoria para qualificar a nossa época, é hoje visível também na Igreja e na Ordem dos Frades Menores. 

«a luz da fé possui um caráter singular, 
sendo capaz de iluminar toda a existência humana» (LF 4) 

É neste clima de novidade que a comunidade eclesial está vivendo o Ano da é, em coincidência com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e é convidada a renovar-se por meio da Nova Evangelização, através do testemunho oferecido pela vida das pessoas de fé. Como escreve Papa Francisco na Encíclica Lumen Fidei, “urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De fato, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência humana” (LF 4). 

É nosso desejo manter acesa a luz da fé, seguindo o exemplo de Francisco de Assis, para que seja o fundamento da nossa vida, a paixão na missão e a lâmpada que “nos desvenda o caminho e acompanha os nossos passos na história” (LF -8) 

Crer de verdade e humildemente 

São Francisco, na Regra não bulada, exorta a permanecer na verdadeira fé: “humildemente rogamos e suplicamos para que perseveremos todos na verdadeira fé e penitência, porque de outra maneira ninguém pode salvar-se” (Rnb 23,7). A experiência de fé do Santo de Assis permanece iluminadora para a nossa vocação franciscana e é um impulso exemplar a fazer nosso o modo singular como ele viveu a experiência de Deus Altíssimo, Trindade e Unidade, e o encontro pessoal com o Cristo pobre, humilde e crucificado, fazendo do Evangelho a Regra e vida dos Frades Menores. 

Na mesma Regra não bulada, no capítulo XXIII, nos oferece uma admirável e profunda profissão de fé eclesial em forma de ação de graças e de louvor. Também através dela Francisco nos convida a perseverar na fé e a crer de verdade e humildemente. Tal fé, que se expressa no honrar e adorar, é estreitamente ligada à experiência do nada mais desejar, nada mais querer, nada mais agradar ou deleitar a não ser o nosso Criador, Redentor e Salvador, único Deus verdadeiro…, o verdadeiro e sumo bem. 

Para o Santo de Assis uma tal fé encontra o seu fundamento na Palavra de Deus e na Eucaristia, isto é, na relação com essas duas formas de presença do Ressuscitado. Francisco, quando escuta a Sagrada Escritura, a reconhece como dirigida a ele pessoalmente. Como Orígenes, que dizia que o Evangelho é o Corpo de Cristo, assim Francisco tem uma percepção sacramental da Palavra de Deus. Para ele a Palavra é pronunciada no presente através do sinal frágil das palavras humanas. Por isso, na carta A toda a Ordem, nos recorda o respeito e a reverência para com o Corpo do Senhor, além da veneração pela Sagrada Escritura (cf. Ord 14-16; 34-37). 

O Ano da Fé nos convida a retornar a este essencial da fé e da vida franciscana, que são a Palavra de Deus e a Eucaristia, com a consciência de que tal experiência de encontro leva sempre 

«nada mais agradar ou deleitar a não ser o nosso Criador, Redentor e Salvador, 
único Deus verdadeiro…, o verdadeiro e sumo bem.» (Rnb 23) 

ao “sacramento do irmão”, aos mais pobres e à evangelização qual anúncio do Reino de Deus mediante o testemunho da vida e a palavra (cf. CCGG 89). Na espiritualidade eucarística somos convidados a fazer memória das origens da nossa vocação no encontro com Jesus Cristo e, através de um caminho de oração, penitência e conversão, a “reencontrar o primeiro amor, a centelha inspiradora” da qual nasceu o nosso seguimento (cf. RdC 22). 

Senhor, a quem iremos? 

Todos sabemos que a fé cristã não é um aspecto central da cultura contemporânea, e “acontece não raramente que os cristãos se preocupam mais pelas consequências sociais, culturais e políticas do seu compromisso, pensando que a fé seja um pressuposto óbvio no viver comum” (Pf 2). O nosso ambiente é marcado por formas de indiferença religiosa, pela sedução de um sagrado à medida do homem. Esta realidade leva muitos homens e mulheres a um “crer” sem pertença, fechados na solidão da própria vivência religiosa. 

Na fé assume, assim, sempre maior importância o aspecto da decisão pessoal de aceitar o chamado a seguir Jesus Cristo, pondo a confiança n’Ele e nutrindo-se da sua Palavra. É quanto põe em evidência também o Evangelho de João (Jo 6,60-70), quando apresenta os desafios da Palavra e faz emergir a dificuldade dos discípulos diante das afirmações de Jesus: “as palavras que vos disse são espírito e vida. Ma há alguns de vós que não creem” (Jo 6,63-64). Também nós, como tantos irmãos nossos e comunidades nossas, vivemos problemas de fé. 

O Evangelho revela que alguns, embora pertencendo ao grupo de Jesus, vivem sem ter fé em Jesus, fazendo oposição ao seu espírito e à sua vida. De fato, a crise no interior da comunidade cristã se joga sobre esta questão: crer ou não crer em Jesus. O fato que “a partir desse momento muitos de seus discípulos voltaram atrás e já não andavam com ele” (Jo 6,66) é um modo para entender quem são os verdadeiros seguidores de Jesus. 

A escolha é decisiva tanto para aqueles que voltam atrás como para aqueles que permanecem com Ele. O grupo dos discípulos, naquele tempo como hoje, se reduz e Jesus faz a pergunta àqueles que permanecem: “também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67). A mesma pergunta é dirigida hoje a nós que permanecemos na Igreja, na Ordem: o que desejamos? Estamos convictos de permanecer para seguir Jesus e viver como Ele? O certo é que não é possível viver na ambiguidade, é necessário perseverar de forma decidida. A resposta de Pedro é exemplar: “Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna” 

«Senhor, a quem iremos? 
Só tu tens palavras de vida eterna» ( Jo 6,68)

(Jo 6, 68). Aqueles que permanecem devem reconhecê-lo: “Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6,68). Aqueles que permanecem devem fazê-lo unicamente por Jesus, para envolver-se e comprometer-se com Ele. Este é o único motivo para permanecer. Um dos serviços que podemos oferecer à sociedade é colocar à disposição do homem e da mulher de hoje a pessoa de Jesus, ajudando-os a entrar sempre mais em contato com a Palavra de Jesus e sempre menos com as nossas. 

Nós acreditamos 

Caríssimos Irmãos, encontramo-nos num momento de graça que nos impele a louvar com todo o nosso ser, como fez Francisco, o Deus Altíssimo dizendo: “Tu és nossa fé” (LD,7). Estamos numa época propícia para aprofundar a “nossa fé” em Deus e fazer a experiência de confiar a Ele a nossa Vida Consagrada e a nossa missão, partilhada com os leigos, na Igreja e para o mundo, para que seja evidente que “nós cremos e reconhecemos que tu és o Consagrado de Deus” (Jo 6,69). 

Como pessoas de fé e consagrados, não obstante as várias dificuldades em que nos encontramos, somos desafiados a responder à pergunta de Jesus: “Quereis também vós ir embora” (Jo 6,67). Não podemos acostumar-nos a viver uma fé à medida dos próprios interesses e desejos. O Senhor Jesus renova o convite para colocar-nos em caminho, com fidelidade e perseverança, “para encontrar Aquele que não buscaríamos se não tivesse já vindo ao encontro. Exatamente a este encontro a fé nos convida e nos abre em plenitude” (Pf 10). 

O Senhor vem ao nosso encontro para nos ajudar a superar a amargura, a tentação de fugir e de deixar a nossa Fraternidade, por nos sentirmos cansados e desiludidos diante dos problemas institucionais, comunitários ou pessoais, e nos assegura que «a vida na fé é a verdadeira fonte da nossa alegria e da nossa esperança, do nosso seguimento de Jesus Cristo e do nosso testemunho no mundo. A fé é a porta através da qual o Senhor entra em contato conosco, nos cura das nossas enfermidades, nos reconcilia e nos envia» (cf. Sfc 18). 

Com a ajuda e a oração de Maria Santíssima, Rainha da Ordem, façamos a experiência cotidiana fundamental do encontro com Deus que nos ama e sobre quem edificamos a nossa vida. Ao celebrar a solenidade de São Francisco de Assis vos convidamos a renovar a vossa fé: “Senhor, a quem iremos?» (Gv 6,68), «Tu és nossa fé» (LD 7). 


Roma, 17 de setembro de 2013
Festa dos Estigmas de São Francisco

Os vossos irmãos do Definitório geral 
Fr. Michael Anthony Perry, ofm (Min. geral)
Fr. Julio César Bunader, ofm (Vic. geral)
Fr. Vincenzo Brocanelli, ofm (Def. geral)
Fr. Vicente-Emilio Felipe Tapia, ofm (Def. geral)
Fr. Nestor Inácio Schwerz, ofm (Def. geral)
Fr. Francis William Walter, ofm (Def. geral)
Fr. Roger Marchal, ofm (Def. geral)
Fr. Ernest Karol Siekierka, ofm (Def. geral.)
Fr. Paskalis Bruno Syukur, ofm (Def. geral)
Fr. Vincent Mduduzi Zungu, ofm (Def. geral)
Fr. Aidan McGrath, ofm (Seg. geral)

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=46314

terça-feira, 1 de outubro de 2013

WEB TV PAZ & BEM E PORTAL DO SITE SANTUÁRIO DE CANINDÉ LEVAM A FESTA DE SÃO FRANCISCO A SEUS DEVOTOS


O Santuário e Paróquia em Canindé, Ceará, está levando uma linda mensagem de evangelização a seus devotos espalhados pelo Brasil e mundo afora com transmissões da Festa e Novena de São Francisco das Chagas, ao vivo, pela Web TV Paz & Bem, no site Santuário de Canindé.

O projeto da Web TV Paz & Bem, do Sistema de Comunicação da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, consisti na realização de transmissões de missas e eventos religiosos do Santuário e Paróquia, como a Festa de São Francisco, que nesse ano acontece de 24 de setembro e 04 de outubro. 

Durante esse período estão sendo realizadas duas transmissões: a Santa Missa de 9h da Quadra da Gruta, e as noites de Novena, às 18h, na Praça dos Romeiros. 

Este já é o nosso terceiro ano da transmissão dos festejos alusivo ao santo da Ecologia e da Paz. 



Novidade: Entrevistas ao vivo 

Devotos começam a chegar para participar da Novena na Praça dos Romeiros Neste ano temos uma boa novidade com entrevistas ao vivo a partir das 8h40min da manhã na Quadra da Gruta, e às 17h35min antes de iniciar a novena, na Praça dos Romeiros, durante toda a festa. 



A equipe da Web TV e Site Santuário está se empenhando bastante para levar o melhor em imagens para que você, devoto, visitante, de nosso Santuário franciscano para que assim possa sentir todo o clima e mística da Festa e Novena.



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