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quarta-feira, 2 de maio de 2012

DE MARIA NUNCA SE DIZ TUDO!

Estamos mais uma vez no mês de maio! Apesar das mudanças radicais acontecidas em nossa sociedade, a figura da mãe como a de Maria, a mãe de Jesus emergem fortemente no sentimento maternal que experimentamos e que marcou profundamente a nossa vida. As mães são assim: deixam marcas indeléveis em nosso ser, mesmo se, por acaso, duvidaram em nos gerar. É impossível não carregar para sempre os traços fundamentais e fundantes de nossa gestação no útero e no coração de uma mulher! 

A partir do primeiro século do cristianismo foram surgindo no seio das comunidades primitivas algumas perguntas sobre a pessoa de Jesus que implicavam Sua origem e Sua existência como Deus e homem: Como foi sua origem? Quem eram Seus pais? Se Jesus é Deus que se fez homem, Maria é mãe de Deus? 

Particularmente os dois primeiros capítulos dos evangelhos segundo Mateus e Lucas, conhecidos como os Evangelhos da infância, evidenciam esses questionamentos e as tentativas de respondê-los. É impossível separar o Verbo que se fez Carne daquela que mediou a encarnação do Filho Unigênito de Deus. Também é impossível separar Maria do mistério de Deus que a implicou no plano da salvação! Na teologia cristã emerge um sentimento materno e uma necessidade de dizer algo sobre a mãe de Jesus e sua experiência de Deus. É o que a Igreja tem buscado fazer nesses dois mil anos e que constitui sua reflexão teológica denominada Mariologia

Também nós franciscanos temos nossa mariologia, isto é, a experiência de Maria que fez São Francisco ao contemplar o mistério de Deus em Jesus Cristo. E uma afirmação feita por Frei Tomás de Celano, primeiro biografo do pobrezinho de Assis, é muito significativa para ilustrar a mariologia franciscana. Afirma Tomás de Celano: “(Francisco) tinha um amor indizível à Mãe de Jesus, porque fez nosso irmão o Senhor da majestade. Consagrava-lhe louvores especiais, orações, afetos, tantos e tais que uma língua humana nem pode contar. Mas o que mais nos alegra é que confiou até o fim os filhos que ia deixar. Ó advogada dos pobres, cumpre conosco o teu ofício protetor por todo o tempo que foi predeterminado pelo Pai!” (2C 198). Por hoje fico por aqui, mas depois volto a dizer algo mais, não tanto para esgotar o assunto, mas para cumprir o que a própria Virgem Maria profetizou no Magnificat: “Todas as gerações me chamarão Bem-aventurada!”(Lc 1,30). 

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

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