Na Audiência desta quarta-feira, na Praça São Pedro completamente lotada, o Papa Francisco recordou que sábado próximo será dedicado ao jejum e à oração pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro.
“Renovo o convite a toda a Igreja e viver intensamente este dia e, desde já, expresso reconhecimento aos outros irmãos cristãos, irmãos de outras religiões e aos homens e mulheres de boa vontade que quiserem se unir a este momento. Exorto em especial os fiéis romanos e os peregrinos a participarem da vigília de oração, aqui na Praça S. Pedro, às 19 horas, para invocar do Senhor o grande dom da paz. Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz!”
Pelo mundo, aumentam de hora em hora as adesões ao dia de oração e jejum pela Síria, convocado pelo Papa Francisco para o próximo sábado. Inúmeras organizações e expoentes religiosos manifestam publicamente a sua participação.
Congregações como o Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), a obra Dom Orione e os salesianos, movimentos como a Renovação no Espírito, Pax Christi e Focolares já divulgaram comunicados aderindo à iniciativa.
A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa fez o mesmo, fazendo votos de que “cada ordinário na sua diocese, eparquia ou exarcado, cada pároco em sua paróquia e com os seus paroquianos, cada superior/a de Instituto religioso, possa organizar o dia como mais lhe convém, na esperança de que “o eco das orações que saem de nossos lábios possa cobrir o barulho dos tambores da guerra”.
O Arcebispo metropolitano sírio-ortodoxo de “Jazirah e Eufrates”, Eustathius Matta Roham, afirmou que ele e toda a sua comunidade “aderem com convicção ao apelo do Papa”. Para afastar males como a guerra e a violência, o Arcebispo recorda o trecho do Evangelho de Mateus (Mt 17,21): “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”.
Nas Filipinas, o Card. Luis Antonio Tagle convidou todos os párocos e os reitores de santuários da Arquidiocese de Manila a celebrarem a missa da manhã de sábado, 7 de setembro, com a intenção especial pelo povo sírio, encorajando os fiéis a uma hora de Adoração eucarística depois da missa. Em todas as dioceses, estão sendo organizados encontros de oração e jejum pela paz.
Em Assis, cidade que receberá o Papa em outubro, a Basílica Inferior de São Francisco de terça a sexta feira permanecerá aberta até as 22h para permitir que os fiéis rezem sobre o túmulo do Santo pela paz na Síria. Além disso, no sábado, os frades realizarão uma vigília de oração em Santa Maria dos Anjos em comunhão com o Papa Francisco.
O Grão Mufti da Síria, Ahmad Badreddin Hassou, líder espiritual do islamismo sunita, acolheu o apelo do Papa Francisco e estará rezando e jejuando pela paz, na Praça São Pedro, se possível, ou na grande mesquita dos Omayyadi, em Damasco. O Mufti enviou, por meio da Nunciatura Apostólica em Damasco, uma carta oficial ao Papa Francisco, onde diz preparar-se para participar do dia especial em favor da paz na Síria, em 7 de setembro, ao mesmo tempo que propõe à Santa Sé a organização de um encontro interreligioso. “Louvando a iniciativa de rezar pela paz na Síria, o Mufti define o apelo do Papa Francisco “filho das leis celestes” – como “bom e pelo bem da humanidade”.
“Sua Santidade – diz o texto entregue à Agência Fides – agradecemos por este apelo de grande humanidade, baseado na fé, para jejuar e rezar ao Deus Onipotente, para que Ele possa trazer a paz à Terra e nos proteger do poder do mal e da opressão”.
Palavras do Papa que, segundo o Mufti, estão em contraste “com todos aqueles que escondem a luz resplandecente da fé, da caridade, da misericórdia e da paz, que ele pede e que todos nós pedimos, como pediram os Profetas e os mensageiros de Deus”.
Mostrando “profunda gratidão pela sua atenção espiritual”, o Mufti exprime o desejo de “estar ao lado do Papa no instante em que a oração será elevada ao Deus Altíssimo” e enfatiza: “estaremos de qualquer modo juntos, no 7 de setembro, para elevarmos a nossa súplica a Deus”. E propõe à Santa Sé que organize “um encontro inter-religioso com os líderes espirituais, em Damasco ou no Vaticano: “quem sabe assim conseguiremos parar o fogo de quantos querem destruir a Terra de Abraão, de Moisés, de Jesus, de Maomé”.
“Permaneçamos lado a lado – prossegue a carta – na difusão da paz e da segurança para todos os povos do mundo, para contrapor os extremistas e as divisões baseadas na confissão religiosa ou de etnia. Continuemos a nossa viagem nas pegadas dos Profetas, dos Santos, dos justos e dos homens de boa vontade”.
O cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz estará na Praça São Pedro, com os 40 membros da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, participando da Vigília pela paz no Dia de Oração e jejum, convocado pelo Papa Francisco, no próximo sábado, 7 de setembro.
“Meu desejo é de falar um pouco deste apelo dramático e cheio de confiança que o Santo Padre, Papa Francisco, fez no domingo para que realizemos na Praça de São Pedro a Vigília de Oração e de Jejum pela paz no mundo, neste momento em que novamente parece que alguns acreditam que a guerra e o confronto armado sejam a maneira de estabilizar a paz no mundo”.
“O Papa nos alerta que esta é uma estrada equivocada e sem saída, e que a saída é a construção da paz, do diálogo, da capacidade de aproximação das pessoas; da paciência histórica de continuar procurando entender as razões do outro e defender os valores que são os grandes valores da humanidade, como a paz, a justiça, o perdão e a capacidade de diálogo”.
A Secretaria de Estado do Vaticano convidou os embaixadores junto à Santa Sé para um encontro quinta-feira de manhã, de modo que possa informar ao corpo diplomático o significado da iniciativa e contatou também todas as Conferências Episcopais do mundo com a mesma finalidade. Já os dicastérios vaticanos se mobilizaram contatando os referentes de outras Igrejas e confissões religiosas.
O programa para sábado ainda está sendo definido. A Praça S. Pedro estará aberta a todos, a partir das 16h30, hora local, sem necessidade de bilhete. A chegada do Papa está prevista para as 19h. Haverá a entronização da imagem mariana do “Salus populi romani”, a reza do terço e uma meditação do Pontífice com um renovado apelo pela paz. A conclusão está prevista para as 23h.
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