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segunda-feira, 25 de julho de 2011

O ESPÍRITO DE ASSIS II

No último final de semana a imprensa internacional nos deu a conhecer o atentado a um prédio do governo norueguês e em seguida um massacre a um grupo de pessoas que, numa ilha, participava de um encontro da juventude socialista daquele país. As vitimas fatais foram 93! O principal acusado do ato terrorista tem 32 anos, e segundo informações da imprensa, define-se como um fundamentalista cristão, islamófobo e ultradireitista, admitiu sua participação no massacre em interrogatórios policiais, onde qualificou sua ação de "atroz, mas necessária"!

A violência que ganha repercussão e manchete internacional, está bem presente e junto a todos nós, aqui também, muitas vezes dentro de casa, e sempre encontra uma razão para destruir, matar e ferir não só o corpo, mas o espírito da humanidade e comprometer nossa esperança.

Certamente que as causas da violência são muitas e a própria violência tem muitas faces como podemos perceber observando atentamente onde ela acontece.

Em nossa realidade brasileira, a violência no campo é provocada principalmente pela falta de uma reforma agrária verdadeira. Já a violência nos centros urbanos é motivada pela desigualdade social, pela falta de investimento em moradia digna, em saneamento básico e educação! A violência da droga e do crime organizado que dela decorre e que atinge principalmente a juventude, não escolhendo classe social, afeta sobretudo os mais pobres que tem seus bairros transformados em centro de distribuição de drogas e quartel-general dos traficantes. Estes são alguns indicadores principais, entretanto a realidade da violência é muito mais complexa e exige reflexão permanente principalmente em nível familiar. Esta, no entanto, é a maior vítima da própria violência em todos os níveis!

Ao longo da história da humanidade, e dentro dela a Igreja, encontramos pessoas que viveram profundamente a bem-aventurança dos pacíficos como foi o caso de Francisco de Assis no século XIII.

No próximo mês de outubro, precisamente no dia 27, celebraremos 25 anos do histórico encontro de João Paulo II e líderes de muitas religiões para rezar pela paz, na cidade de São Francisco, Assis. Esse encontro ficou conhecido como o Espírito de Assis, pois ficou claro para os líderes das religiões que lá se encontraram que a paz só pode ser construída e alcançada quando o nosso coração se abre para o diálogo com todos mas fundamentada pela oração que é diálogo com Deus.

Ao abrir a celebração do espírito de Assis, 25 anos atrás, o hoje beato João Paulo II afirmava: “Eu escolhi esta cidade de Assis, como lugar para o nosso Dia de Oração pela Paz, por causa do significado especial do santo homem venerado aqui – São Francisco de Assis – conhecido e venerado por muitos em todo o mundo como símbolo de paz, de reconciliação e de fraternidade.” E no dia 1º de janeiro deste ano, o papa Bento XVI anunciava: "... em outubro próximo devo ir como peregrino à cidade de São Francisco, e convido os meus irmãos cristãos das várias denominações, os representantes das várias tradições religiosas do mundo e, de maneira geral, todos os homens e mulheres de boa vontade, para participar desta Romaria. Ela tem por objetivo comemorar o histórico ato, desejado por meu predecessor, e solenemente renovar o compromisso dos fiéis de cada religião de viver a própria fé religiosa como um serviço à causa da paz".

O tema da celebração do dia 27 de outubro deste ano em Assis é: “Peregrinos da Verdade, Peregrinos da Paz”. Seguindo o exemplo e as pegadas de Francisco e Clara de Assis, todos são chamados a fazer e construir o caminho da paz como peregrinos, a rezar e a jejuar por mais justiça em nosso mundo! Somos chamados ao diálogo com o outro, num esforço comum para descobrir formas criativas de construir a paz em nosso tempo.

Faça também sua parte para viver dentro de si, em sua família e em sua comunidade o Espírito de Assis que nos faz bem-aventurados, filhos e filhas de Deus (cf. Mt 5,9) por promovermos a paz.

Frei Marconi Lins, OFM

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A LÓGICA DE JESUS E DE SÃO FRANCISCO

O texto do Evangelho proclamado ontem na liturgia (Mt 13, 24-43), nos fez ouvir três parábolas do Reino dos Céus: a parábola do trigo e do joio, do grão de mostarda e do fermento. Como sabemos pela boca do próprio Jesus, ele ensinava através de parábolas, isto é, de comparações, que prendiam a atenção do ouvinte simples, da multidão que ia ouvi-lo, constituída em sua maioria de gente pobre e que se sentia contemplada por uma linguagem compreensível à sensibilidade dos “iletrados”. Outra era a linguagem dos doutores da lei, dos escribas e fariseus que falavam difícil, distante da realidade do povo simples, e que muitas vezes até chegava a humilhar a incapacidade intelecutal da maioria da gente! Daí porque Jesus justifica sua opção pelas parábolas e cita o livro dos Salmos: “Abrirei a boca em parábolas; proclamarei coisas ocultas desde a formação do mundo” (Sl 78,2).

O Reino é uma palavra muito importante na pregação de Jesus. O Reino significa o novo tempo inaugurado com a vinda do Messias prometido. Assim começa a pregação de Jesus: “O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). O Reino de Deus ou dos Céus, é uma nova totalmente nova da história humana, uma nova realidade na qual Deus realiza Sua vontade através de Jesus e dos homens e mulheres que acolhem e vivem a mensagem do Evangelho.

O Reino de Deus, sem fazer acepção de pessoas, privilegia os pobres, diferente dos reinos e dos governos deste mundo que privilegiam os que já têm e querem sempre mais, motivados pela ambição e que não param de explorar os que nada têm!

O Reino de Deus ou dos Céus é orientado por uma nova lógica, presente nas parábolas que Jesus nos contou ontem na eucaristia: a parábola do trigo e do joio nos quer ensinar que apesar de Deus plantar e querer que o trigo dê frutos e alimente a humanidade, já há quem na calada da noite, semeie o joio para contaminar a plantação e abortar o projeto de Deus. Entretanto Deus deixa crescer os dois que se parecem muito enquanto pequenos, mas no momento da colheita é possível ver quem é quem: o trigo e o joio. A nossa lógica é logo destruir o joio porque agimos dividindo o mundo entre bons e maus, entre justos e injustos. Certamente julgando-me do lado do trigo! A paciência de Deus manifesta a presença do Reino que dá chances a todos e que espera a transformação do injusto em justo. Em toda a pregação de Jesus aparece a verdade unida à misericórdia, a exigência unida ao amor.

Na parábola do grão de mostarda, aprendemos que Deus escolhe o que é pequeno e insignificante para confundir a sabedoria e a lógica deste mundo. Infelizmente, com facilidade, embarcamos na lógica da grandeza e da prepotência deste mundo. Deixamos, assim, de apoiar os pequenos projetos e iniciativas que muitas vezes dão mais resultado do que os grandes projetos, que são grandes porque sustentados por muita propaganda e, por vezes, falsas.

A parábola do fermento colocado na massa pela mulher mostra-nos a força e o dinamismo do fermento que em pequena quantidade misturada à massa, ao invés de perder-se, a faz crescer, levando-a ao ponto do pão. Assim é a vida de quem faz do Reino de Deus a sua meta e do Evangelho de Jesus seu caminho diário: é capaz de transformar pelo exemplo, de fazer crescer pelo testemunho uma sociedade contaminada pelo egoísmo, pela violência e conseqüentemente pela falta de sentido para a vida!

Foi desta lógica do Reino, pregada e inaugurada por Jesus, que viveu São Francisco de Assis, há mais de oitocentos anos. E desta lógica que devemos viver para dar sentido à vida neste planeta. Desta lógica, acolhida no coração e posta em prática no dia a dia que reverteremos o quadro ameaçador que nos amedronta a todos e em todos os níveis: pelo diálogo conseguiremos a paz, pela partilha a justiça, pela convivência fraterna entre nós e a criação, conseguiremos o equilíbrio ecológico capaz de garantir a vida neste planeta.

Para muitos isso pode parecer um sonho ou mesmo uma fantasia! Para quem entra na lógica do Reino e do Evangelho de Jesus é o caminho da sabedoria que o Altíssimo nos propõe caminhar para converter nosso coração e nos fazer construtores da vida, da justiça e da paz, porque somos seus filhos.

Frei Marconi Lins, OFM

sexta-feira, 15 de julho de 2011

“MÃE DO CARMELO, CUIDA DESTE POVO QUE É TEU!”

Hoje, dia 16 de julho, é festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife!

No centro de nossa cidade encontramos o majestoso Convento dos Carmelitas cuja igreja conventual é a Basílica de Nossa Senhora do Carmo.

Sem querer polemizar, mas somente esclarecer, Nossa Senhora do Carmo é, conforme o Diretório da Liturgia da CNBB, padroeira da Província Eclesiástica de Pernambuco e Padroeira municipal secundária. Já Santo Antônio é padroeiro principal da Arquidiocese de Olinda e Recife, da cidade do Recife e do Estado de Pernambuco.

As provas documentais são muitas para comprovar o que afirmo acima, mas não podemos negar que a Festa do Carmo é grandiosa, como é grande o amor de nossos irmãos Carmelitas pela Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo, Mãe e Patrona da Ordem do Carmo, Excelsa Padroeira da Cidade do Recife e da Província Eclesiástica de Pernambuco. E para celebrar data tão importante com toda a família carmelitana do Recife, de Pernambuco e do mundo inteiro, quero homenagear, como frade menor e filho de São Francisco, a Virgem Maria do Monte Carmelo, com citações marianas de Santo Antônio encontradas em seus setenta e sete Sermões que constituem o depósito teológico, doutrinal e espiritual Antoniano. De seus Sermões, quatro são dedicados à Virgem Santíssima.

Ouçamos Santo Antônio falar da Virgem Mãe de Deus: “Ó inestimável dignidade de Maria! Ó inenarrável sublimidade da graça! Ó inescrutável profundidade da misericórdia! Nunca tanta graça nem tanta misericórdia foi nem pôde ser concedida a um Anjo ou a um homem, como a Maria Virgem Santíssima, que Deus Pai quis fosse Mãe do seu próprio Filho, igual a si, gerado antes de todos os séculos! Havia de ser graça e dignidade máxima mulher pobrezinha ter um filho do imperador. Verdadeiramente superior a toda graça foi a graça de Maria Santíssima, que teve um Filho com Deus Pai, e por este motivo mereceu ser hoje coroada no céu” (As 3h).

E continua Santo Antônio: “Bem-aventurado o ventre da gloriosa Virgem, que mereceu trazer por nove meses todo o bem, o sumo bem, a felicidade dos anjos, a reconciliação dos pecadores” (3Qr21ª). Eis outra afirmação preciosa dos Sermões de Santo Antônio sobra a Virgem Santíssima: “Maria não só deve ser louvada por ter trazido no ventre o Verbo de Deus, mas também é bem-aventurada porque realmente guardou os preceitos de Deus” (3Qr27a).

E terminemos com uma prece de Santo Antônio à Mãe do Senhor: “Senhora nossa, única esperança, nós te suplicamos que ilumines com o esplendor da tua graça os nossos espíritos, os limpes com o candor de tua pureza, os aqueças com o calor da tua visita, nos reconcilies com o teu Filho, para que mereçamos chegar ao esplendor da Sua glória. Auxilie-nos Ele mesmo, que à mensagem do Anjo, na Anunciação, quis de ti assumir carne gloriosa e habitar no teu seio por nove meses. A Ele seja dada honra e glória pelos séculos eternos. Amém!” (Na 6d).

E com nossos irmãos Carmelitas que celebram pela 315ª vez a Festa do Carmo do Recife, digamos: “Mãe do Carmelo, cuida deste povo que é teu!”

Viva a Mãe do Carmelo! Viva a família Carmelitana do mundo inteiro!

Frei Marconi Lins, OFM

quinta-feira, 7 de julho de 2011

FALECEU EM ARACAJU-SE, FREI JOSÉ VIEIRA DOS SANTOS, OFM

Faleceu ontem dia 06 de julho por volta das 3h, Frei José Vieira dos Santos, ofm, ele estava internado na UTI do Hospital São José, das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, já tinha algumas semanas. Estava com um quadro de insuficiência respiratória e um tumor no pulmão. O corpo já está na Igreja do Espírito Santo, do Convento de Santo Antônio, onde será celebrada a Eucaristia da Ressurreição do Senhor às 15h, seguindo depois o sepultamento no Cemitério São Benedito, na área restrita da Arquidiocese do Aracaju.

terça-feira, 5 de julho de 2011

FALECEU EM LAGOA SECA-PB, FREI APOLINÁRIO JANUÁRIO, OFM


Faleceu no domingo dia 03 de Julho no Convento Santo Antônio de Ipuarana, Lagoa Seca PB, após uma parada cardíaca, nosso confrade Frei Apolinário Januário de Sá, OFM. Nascido em 15/12/1932 Missão Velha-CE, filho de José e de Vicência de Sá. Profissão temporária em 09/09/1956 e Profissão Solene em 09/09/1959.

"Louvado sejas, pela irmã morte, que vem a todos, ao fraco e ao forte. Feliz daquele que te amar a morte eterna não o o matará"
Cântico do Irmão Sol.

Fonte: http://fradesofm.blogspot.com
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