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domingo, 11 de agosto de 2013

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL PARA FESTA DE SANTA CLARA 2013

ORDEM DOS FRADES MENORES
Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
Caixa Postal, 176  50001-970 Recife PE
Telefone: +55 81 3424-4556 Fax: +55 81 3224-0033
Endereço eletrônico: ofmne@terra.com.br




Mossoró, 11 de agosto de 2013. 


Queridas Irmãs Clarissas dos Mosteiros de Campina Grande, Caicó, Canindé, Mossoró e Feira de Santana, 

“O Senhor lhes dê a Paz!” 

Ainda ecoam em nossos ouvidos e mais ainda em nossos corações a celebração dos 800 anos das origens do Carisma Clariano. O Ano Clariano nos fez adentrar ainda mais profundamente na riqueza da vida, da vocação e da missão de nossa mãe Clara de Assis, de suas primeiras companheiras e o lugar muito especial que a vida contemplativa clariana tem na vida da Igreja ainda em nossos dias! 

Todos nós, vocês, nós frades menores e a grande Família Franciscana não podemos dar por concluído o Ano Clariano, mas devemos retomar as reflexões, estudos, escritos e juntos buscarmos as interpelações que o ano jubilar clariano fez a todos nós! 

Pessoalmente me comprometi, particularmente com as Irmãs do Mosteiro de Caicó, a voltar lá para retomarmos a Carta que o nosso ex-Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo escreveu para as Clarissas e para todos nós, por ocasião do Ano Clariano. Temos também a Acta, editada pela Ordem dos Frades Menores, reunindo reflexões do Encontro das Irmãs Clarissas e Assistentes das Irmãs Clarissas de todas as Federações, realizado em Assis, de 5 a 19 de fevereiro de 2012, e constitui uma riqueza inestimável para as Irmãs Clarisas, mas também para toda a Família Franciscana. Peço perdão por não ter dado retorno, mas vamos ver o que ainda podemos fazer! 

Finalmente, neste Ano da Fé, iniciado em outubro de 2012, devemos buscar consolidar nossa experiência de fé vivida na busca de configurar nossa existência de irmãs e irmãos francisclarianos na experiência de fé que viveram nossos pais espirituais Clara e Francisco de Assis. Creio que nosso atual Ministro Geral, Frei Michael Anthony Perry acena para esta verdade quando em sua carta para a Solenidade de Santa Clara deste ano afirma: “Neste Ano da Fé, Irmãs caríssimas, desejo partilhar convosco algumas reflexões que, a partir da experiência cristã de Clara, podem ajudar a viver nossa vida de fé no contexto atual, marcado por grandes mudanças, conflitos, pobreza. Escutar, compreender e abraçar o peso dessa sociedade e dessa história, que se muda de maneira tão rápida – e discernir, com inteligência espiritual, aquilo que é irrenunciável e que, precisamente por fidelidade ao Espírito, é preciso repensar – constitui para nós um desafio que não podemos deixar de lado. Isso pertence à nossa existência de Frades Menores e Irmãs Pobres”. 

Aqui estou em Mossoró e hoje celebro a Solenidade de nossa mãe Clara de Assis junto com as Irmãs Clarissas daqui, com nossos confrades, mas em união com todas vocês, bem como com as Irmãs do mundo inteiro e toda Família Francisclariana! Que o Altíssimo e bom Senhor abençoe a vida escondida em Cristo que vocês vivem, e as torne sempre capazes de revelá-Lo a nós e a toda a humanidade. Também perdoem nossa falta de cuidado e de cortesia para com vocês. 

Em nome de nossa Fraternidade Provincial, nosso abraço fraterno. Viva Santa Clara! 
Em Cristo, Clara e Francisco,



Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

sábado, 10 de agosto de 2013

CARTA DO MINISTRO GERAL PARA FESTA DE SANTA CLARA

Considero-a auxiliar do próprio Deus, sustentáculo dos membros vacilantes 
 de seu corpo inefável» (3 LAg 8) 

Caríssimas Irmãs, desejo começar esta minha primeira carta, por ocasião da festa da Madre Santa Clara, expressando minha sincera e profunda gratidão pela vossa vida doada ao Senhor e a alegria de partilhar convosco a vocação evangélica que Francisco e Clara acolheram de Deus. Portanto, faço minhas, com humildade e confiança, as palavras que Francisco escreveu a Clara e suas Irmãs, em S. Damião: «Visto que por divina inspiração vos fizestes filhas e servas do altíssimo e sumo Rei, o Pai celeste, e vos desposastes o Espírito Santo, escolhendo viver segundo a perfeição do santo Evangelho, quero e prometo, por mim e por meus irmãos, ter sempre por vós diligente cuidado e especial solicitude, assim como tenho por eles.» (FV) 

Neste Ano da Fé, Irmãs caríssimas, desejo partilhar convosco algumas reflexões que, a partir da experiência cristã de Clara, podem ajudar a viver nossa vida de fé no contexto atual, marcado por grandes mudanças, conflitos, pobreza. Escutar, compreender e abraçar o peso dessa sociedade e dessa história, que se muda de maneira tão rápida – e discernir, com inteligência espiritual, aquilo que é irrenunciável e que, precisamente por fidelidade ao Espírito, é preciso repensar – constitui para nós um desafio que não podemos deixar de lado. Isso pertence à nossa existência de Frades Menores e Irmãs Pobres. 

Como permanecer indiferentes diante da violência e do ódio, que alimentam as guerras, diante de tanta pobreza e exploração da natureza, da crise econômica que ameaça perder de vista que a pessoa humana é mais importante que o dinheiro e os negócios, de tantos jovens sem futuro e, muitas vezes, também sem esperança, de tantas pessoas reduzidas à escravidão, das quais foi roubada a dignidade? Nossa vida de pessoas de fé é questionada por tudo isso. Que resposta a vida contemplativa pode dar a tudo isso? Há uma palavra existencial que vossa vida, evangélica e clariana, pode dizer aos varões e às mulheres de hoje? Só um retorno a Deus poderá ajudar o homem a romper as correntes da morte que o prendem. Só um permanecer dentro da história, em profundidade, colocando-se em escuta do grito das pessoas, para responder-lhes com a Palavra do Evangelho, evitará que nossa vida se afaste da companhia das pessoas, renegando assim a Encarnação do Filho de Deus, que se fez carne, a fim de que o homem retornasse a Deus, retomando, como sua, a imagem e semelhança de Deus, que traz em si. 

Creio que Clara e Francisco, portanto, nos ensinam a prospetiva da qual devemos partir; o princípio ao qual dirigir nosso olhar: Deus, o «altíssimo, onipotente, bom Senhor» (Cnt 1), o «alto e glorioso Deus» (OC 1), o «onipotente, santíssimo, altíssimo e sumo Deus» (LH 11), que «é nosso criador, redentor, consolador e salvador » (PN 1), o «Doador, o Pai das misericórdias» (TestC 2), o «altíssimo Pai celestial» (TestC 24), do qual «emana todo sumo bem e todo dom perfeito» (2In 3). Devemos tornar a partir com o olhar e a vida voltados ao Senhor! 

Jesus, no Evangelho que proclamaremos na Eucaristia da festa de Santa Clara, nos convoca precisamente a essa prioridade fundamental, a de permanecer, a morar n’Ele: «Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,4-5). 

Morar, permanecer e estar são verbos que devem sintonizar-se com a fé vivida, e não apenas pensada, uma fé viva que pode ser resposta profunda e fortemente evangélica, diante da violência e do sofrimento: na verdade, não se trata de passividade, mas de clara e firme decisão de mergulhar as raízes em profundidade, a fim de que sejam unidas firmemente à «nossa irmã, a mãe terra» (Cnt 9) e «ao onipotente, eterno, justo e misericordioso Deus» (Ord 50), e nos possibilite atravessar a experiência humana com mansidão, paciência e esperança. 

Hoje, mais do que nunca, temos necessidade de atitudes que sejam fruto de raízes sólidas, como as de Jesus: enraizadas no Pai, sempre voltadas a Ele, jamais separadas d’Ele. Isso nos ensina Clara com a exortação escrita a Inês de Boêmia: «Ponha a mente no espelho da eternidade, coloque a alma no esplendor da glória. Ponha o coração na figura da substância divina e transforme-se inteira, pela contemplação, na imagem da divindade» (3In 12-13). Esse morar da mente, da alma e do coração, exige uma atitude prolongada e contínua, uma atitude vital não fragmentada, pois a experiência de fé de Clara é feita de contemplação transformadora, de um discipulado que transforma a vida, de um Evangelho que liberta e salva. 

Creio que com essa atitude de fé se possa achar um modo de ser que vá contra qualquer tipo de violência; que se possa individuar um estilo de vida que nos leve a buscar aquilo para o qual fomos criados, esperando que nos coloquemos diante da missão de ser custódios da vida, de respeitá-la em todas as suas formas, de zelar pelos irmãos e irmãs, acompanhando seus passos nas sendas da verdadeira vida. Ocupar-se, acompanhar, cuidar, com profundo senso de confiança e segurança n’Aquele ao qual tudo pertence e do qual somos, de algum modo, colaboradores: «eu a considero, num bom uso das palavras do Apóstolo, auxiliar do próprio Deus, sustentáculo dos membros vacilantes de seu corpo inefável» (3In8). Nesse caminho de fé e de colaboração com Deus, Clara exorta-nos a fixar, continuamente, nossos olhos em Cristo, o “espelho” no qual perscrutamos e encontramos a nós mesmos «no meio do espelho, considere a humildade, ou pelo menos a bem-aventurada pobreza, as fadigas sem conta e as penas que suportou pela redenção do gênero humano. E, no fim desse mesmo espelho, contemple a caridade inefável com que quis padecer no lenho da cruz e nela morrer a morte mais vergonhosa» (4In22-23). Por aquele Homem, descrito no “espelho”, humilde, pobre e amoroso a ponto de dar a própria vida por nós na cruz, o mal foi derrotado. Com sua vida doada por amor, Jesus fintou e confundiu o mal, abrindo para todos a porta da salvação por meio da fé n’Ele. Pelo olhar prolongado sobre o Homem do “espelho”, aprendemos uma nova resposta: a paciência, a mansidão, a humildade, que nega todas as formas de violência. Esta divide a consciência do homem e sua relação com o próximo e com Deus. No entanto, vossa vida unificada, caríssimas Irmãs, feita de silêncio e de Palavra, pode ser sinal de harmonia recuperada, que reconduz o caos da violência ao cosmos divino. 

O Senhor, o altíssimo e onipotente, deixa-se encontrar por quem o busca, põe-se em nosso nível, humilha-se ao tornar-se pessoa humana. Ou melhor, Deus desce ainda mais, porque deseja nosso amor, quer nossa resposta. É Ele que nos procura e nos ama, por primeiro (cf. 1Jo 4,19). Esse é nosso Deus, o Deus de Jesus Cristo. Deus fez-se um de nós, abaixou-se, a ponto de lavar nossos pés. Deus, o Pai, habita conosco através de seu Filho Jesus, que quis assumir a forma de servo (cf. Fl2,7). Jesus na cruz toma sobre si o mal dos homens e, em troca, dá sua Mãe à humanidade (cf. Jo 19,27), restitui ao seu traidor o nome de amigo (cf. Jo 21,15-17), torna justo os culpados (cf. Lc 23,34), promete o Reino ao malfeitor (cf. Lc 23,43), dá-nos o sentido último da vida, na relação com o Pai, que permanece para além da morte e conduz à ressurreição (cf. Lc 23,43). 

Dessa salvação que o Senhor nos doou gratuitamente, devemos fazer experiência concreta: não podemos considerar questão resolvida a procura de Deus, o desejo d’Ele e a acolhida de seu amor salvífico! O primeiro dom da ressurreição de Cristo é a paz, que Ele mesmo dá a seus discípulos (cf. Lc 24,36; Jo 20,19). O mundo de hoje precisa dessa paz. Somos chamados a vivê-la e a guardá-la, antes de tudo, em nós mesmos e, depois, em nossas Fraternidades, implorando-a do Senhor, a fim de que possamos dá-la a quantos chegam a nós, pedindo-nos o dom da escuta, da oração e da ajuda também material. Como podemos ser colaboradores de Deus no sustento dos membros vacilantes de seu corpo (cf. 3In 8), se nós, primeiramente, não tivermos feito a experiência da ressurreição e da paz de Cristo em nossa vida pessoal e comunitária? 

A vós, Irmãs caríssimas, no contexto histórico em que vivemos, é pedido de viver uma maternidade totalmente especial: acolher em vosso seio «as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, dos pobres sobretudo, e de todos os que sofrem»; essas, na realidade, «são as puras alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo, e nada há de mais genuinamente humano, que não encontre eco em nosso coração» (GS 1). Acolher e gerar vida nova através da amizade sincera, da acolhida generosa, de uma palavra sólida, uma oração verdadeira, um silêncio que custodia. E isso vos será possível na medida em que dais espaço ao Senhor em vossa vida, entregando a Ele vossa alma, para que possa habitar nela. Escutemos as profundas palavras de Clara: «pois é claro que, pela graça de Deus, a mais digna das criaturas, a alma do homem fiel, é maior do que o céu. Pois os céus, com as outras criaturas, não podem conter o Criador: só a alma fiel é Sua mansão e sede. E isso só pela caridade que os ímpios não tem, pois, como diz a Verdade: Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. Assim como a gloriosa Virgem das virgens o trouxe materialmente, assim também você, seguindo seus passos, especialmente os da humildade e pobreza, sem dúvida alguma, poderá trazê-lo espiritualmente em um corpo casto e virginal. Você vai conter quem pode conter você e todas as coisas, vai possuir algo que, mesmo comparado com as outras posses passageiras deste mundo, será mais fortemente seu» (3In 21-26). Agrada a Deus tornar infinitamente grande aquilo que não é nem mesmo visível aos olhos do corpo e assim faz da alma fiel o lugar de sua presença, uma ponte, um espaço de comunhão, de revivificação, de reconciliação. E faz de vós, pela força do Espírito, ainda hoje, o seio em que se encontram e estão juntas a humanidade e a divindade (como em Maria, na qual Deus se fez carne), onde Deus e o homem moram e vivem reconciliados. Vossa tarefa é aquela de estar entre o Um e o outro, de pertencer a Um e ao outro, de manter juntos, como simples e transparentes mediadoras, Deus e a humanidade amada, conduzindo os homens a Ele, e Ele aos homens. 

Quão grande é o amor de Deus por vós, Irmãs caríssimas, de ser a tal ponto envolvidas em seu existir e capazes de carregar em vós sua vida! Isso certamente abre vosso coração à alegria e esperança! Clara viveu, por toda sua vida, com essa consciência e certeza, e, próxima da morte, nos deixou sua bela e intensa profissão de fé em Deus Pai: «a virgem muito santa, voltando-se para si mesma, diz baixinho à sua alma: “Vá segura, que você tem uma boa escolta para o caminho. Vá, diz, porque Aquele que a criou também a santificou; e, guardando-a sempre como uma mãe guarda o filho, amou-a com terno amor. E bendito sejais Vós, Senhor, que me criastes!”» (LSC 46). O dom, que podemos pedir ao Senhor, neste Ano da Fé, é o de reconhecermos, como Clara, no grande abraço da Trindade (cf. PC 3,75; 14,32), o grande seio que protege cada vida, e que a enche de si, e assim chegar à conclusão de nossos dias terrenos, reconhecendo que nossa vida foi santificada, protegida e amada pelo Senhor. 

Ao final desta minha carta, caríssimas Irmãs, desejo voltar ao ponto do qual partimos: nossa fé no Deus de Jesus Cristo, vivida num contexto marcado pela pobreza e violência. Reconheçamos e proclamemos a todos que Deus é inocente, que Ele é o Deus da vida, do amor e da esperança. Recordemos ao homem suas responsabilidades e façamos nossa parte a fim de construir um mundo melhor: com vida centrada na Ressurreição do Senhor, caraterizada pela sobriedade e essencialidade, pelo uso simples e moderado das coisas, pelas relações verdadeiras, fundadas sobre uma caridade sem fingimento (cf. Rm 12,9), por gestos concretos de solidariedade, de partilha e de serviço, por alguma palavra a menos e de mais silêncio. Uma vida humilde que prefere o ser em vez do fazer, o verdadeiro em lugar do aparente, o esperado em vez do imediato, a contemplação em lugar da eficiência, o silêncio e o recolhimento em vez da dispersão, a misericórdia em lugar de apontar o dedo. Vivamos «como peregrinos e forasteiros neste mundo» (RB 6,2; RSC 8,2), sem apropriar-se e sem conservar algo para nós (cf. Ord 29). Seja nossa vida a dizer: não somos melhores que os outros, mas o Senhor nos chamou para segui-lo e sermos como Ele. O Senhor colocou-vos como «espelho e exemplo a todos os que vivem no mundo» (TestC 20): não ofusqueis o caminho deles, mas iluminai-os e sustentai-os com o exemplo de uma vida totalmente abandonada n’Ele, confiada à Sua graça e misericórdia. Sede irmãs-mães, guardas e amantes da vida, procurando sem descanso, atentas, delicadas, perspicazes e respeitosas quanto aos sinais de vida presentes em tudo. A fé no Senhor abre à novidade da vida e dos eventos: muda o modo de acolher a existência, as relações com as irmãs e os irmãos, as situações da história, com seus desafios e seus dramas. Quando colocamos Deus no centro, percebemos que ninguém pode roubar-nos a esperança, e nos esperam dias luminosos, na medida em que também nós, hoje, façamos nossa parte para gerá-los. Dias de vida para nós e para a humanidade. 

Irmãs caríssimas, confio-vos à madre Santa Clara, «imagem da Mãe de Deus» (LSC prólogo), a fim de que possais viver, com a mesma paixão e radicalidade dela, a «perfeição do santo Evangelho» (FV 1) e ser, continuamente, gratas ao Pai das misericórdias pelo dom de vossa vocação (cf. TestC 2). Como sinal e empenho do recíproco zelo e solicitude (cf. FV 2), confio à vossa oração meu serviço de «ministro geral e servo de toda a Fraternidade» (RB 8,1), assim como confio também a vós todos os Frades Menores, com os quais comungais o mesmo “sonho” de Clara e Francisco, certos de que nossa comum vocação evangélica é dom de um só e mesmo Espírito (cf. 2Cel 204), dom do Senhor Ressuscitado. Felicidades! 

Roma, 15 de julho de 2013 
Festa de São Boaventura 

Fr. Michael Anthony Perry, ofm 
Ministro Geral, OFM

domingo, 4 de agosto de 2013

JMJ RIO 2013, PÚBLICO RECORDE DE 3,7 MILHÕES DE PESSOAS EM COPACABANA


Os resultados alcançados pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013) superaram as expectativas, de acordo com Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013. O público presente à Missa de Envio chegou a 3,7 milhões de pessoas, seis vezes maior que o número de presentes ao primeiro Ato Central, a Missa de Abertura (600 mil). O impacto econômico foi expressivo. Os visitantes desembolsaram R$ 1,8 bilhões, segundo números do Ministério do Turismo. Os dados foram divulgados em coletiva à imprensa nesta terça-feira, 30. 

No total, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram da JMJ Rio2013, que contou com eventos em Copacabana, Quinta da Boa Vista, Rio Centro e em diversas paróquias da cidade. A cerimônia de acolhida do Santo Padre, na quinta-feira, 25, reuniu 1,2 milhões de pessoas em Copacabana, enquanto a Via-Sacra chegou a 2 milhões na sexta-feira, 26. Na vigília, cerca de 3,5 milhões de jovens estiveram na praia de Copacabana. 

Foram 427 mil inscrições, de 175 países. Peregrinos inscritos com hospedagens foram cerca de 180 mil, enquanto as vagas disponibilizadas para hospedagem em casas de família e instituições chegaram a 356,4 mil. “Nós vimos Deus agir. Deus atuou no meio de nós. Deus nos surpreendeu. Foi muito além do que planejamos. Temos visto na História como Deus tem atuado. Não tem outra explicação”, destacou Dom Orani. 

Perfil dos inscritos 

A JMJ Rio2013 contou com uma presença massiva de latinos. Os países com o maior número de inscritos foram, respectivamente, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Venezuela, França, Paraguai, Peru e México. Do total dos inscritos internacionais, 72,7% estiveram no Brasil pela primeira vez e 86,9% nunca haviam participado de uma Jornada. 

Foram mais de 70 mil downloads no site oficial da JMJ Rio2013 e mais de 200 mil acessos. O facebook recebeu mais de 1,1 milhão de curtidas e o flickr superou 10 mil downloads. 

Entre os peregrinos inscritos, 55% são do sexo feminino; 60% do público tem entre 19 e 34 anos. Foram 644 Bispos inscritos, dos quais 28 são Cardeais. Além disso, foram 7814 sacerdotes inscritos e 632 diáconos. Para cobrir a JMJ Rio2013 em 57 países, foram credenciados 6,4 mil jornalistas. 

O evento também contou com 264 locais de catequese, em 25 idiomas. Foram 60 mil voluntários, mais de 800 artistas participantes dos Atos Centrais. Um total de 100 confessionários foram expostos na Feira Vocacional e no Largo da Carioca e 4 milhões de hóstias produzidas, 800 mil para Missa de Envio. 

A geração de lixo foi inferior a outros eventos que acontecem em Copacabana, como o Réveillon. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) removeu 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis, durante a JMJ Rio2013. O número representa cerca de 10% a menos do registrado na noite do último Ano Novo. 

Experiência de Fé 

A renovação da fé e da esperança é o principal legado que a JMJ Rio2013 deixará no coração dos jovens, de acordo com Dom Orani. “Os jovens levaram consigo uma experiência de fé, de esperança muito grande. Tenho certeza de que jamais esqueceremos. Os jovens já são protagonistas hoje. O meu coração está muito agradecido”, destacou. O arcebispo disse ainda que está sendo viabilizada a criação de um instituto para a juventude que terá a responsabilidade de guardar as experiências da JMJ Rio2013 e trabalhar pelos jovens. 

Entre os vários momentos significativos vividos junto ao Santo Padre, Dom Orani destacou dois: a relação de carinho com as crianças e a oração ao Cristo Redentor. “Todas as vezes que nos deslocávamos de helicóptero, o Santo Padre olhava para o Cristo e rezava. Eu que estava atrás dele, pude presenciar várias vezes esses momentos de oração. 

A proximidade do Papa com as pessoas traz um testemunho para o mundo de que a Igreja está perto das pessoas, como uma mãe de seus filhos, explicou Dom Orani. “A Igreja antes de mais nada anuncia uma boa notícia a todos”, disse. Outro legado deixado pela JMJ Rio2013 foi a atenção do poder público e da mídia para a Região Oeste, onde está Guaratiba. 

A cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora serão entregues à Cracóvia, próxima cidade-sede, apenas em Roma. A tradição é que sejam enviados para o Pontifício Conselho para os Leigos e no domingo de Ramos do próximo ano, serão entregues aos jovens da Polônia em cerimônia que deverá acontecer em Roma.

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